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História – Modo de produção escravista

Esta proposta de atividade de História é destinada aos estudantes do 4º Período da Educação de Jovens e Adultos-EJA


Mercado de escravos na Antiguidade, pintura de Gustave Boulanger. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Boulanger_Gustave_Clarence_Rudolphe_The_Slave_Market.jpg?uselang=pt#Licenciamento> acesso em 22, set. 2023.

Modo de produção escravista

A escravidão na Antiguidade

A economia escravista na Antiguidade caracterizava-se pelo baixo nível de desenvolvimento e socialização das forças produtivas; a subordinação pessoal e direta do trabalhador ao proprietário dos meios de produção; a proibição expressa da participação dos trabalhadores no aparelho de Estado.

Na Antiguidade Clássica, civilizações grega e romana, a distribuição dos escravizados se dava através de pequenos grupos reunidos nas unidades produtivas – propriedades rurais e manufaturas. Havia uma concentração maior para construção de obras públicas e na mineração, mas eram casos localizados.

A maioria dos escravizados era trabalhador rural. As minas de prata chegaram a concentrar até 30 mil deles. Mas a regra era a dispersão econômica dos trabalhadores. Na Grécia, a agricultura escravista era praticada em propriedades de 12 a 24 hectares. Na Roma Clássica surgiu o latifúndio escravista, mas ele não existia de forma contínua no território.

Nas cidades a escravidão adquiriu características peculiares. Algumas situações permitiam a formação de plantéis relativamente grandes. O abastecimento de água de Roma no século I d.C. chegou a ter um grupo permanente de 700 escravizados. Nas manufaturas e olarias romanas os maiores plantéis reuniam de 60 a 120 escravizados.

Havia diferenças de classe entre escravizados urbanos e rurais. O escravizado urbano, doméstico e artesão, tinha tratamento diferente; o doméstico era favorecido por prestar serviços pessoais ao amo; o artesão, pelo seu conhecimento técnico.

O escravizado rural era submetido a uma disciplina impiedosa e enfrentava as mais duras condições nas grandes propriedades rurais e nas minas. Isso repercutia nas práticas sociais. Os escravizados urbanos não participaram de revoltas durante a Antiguidade. A luta de classes opunha proprietários e escravizados rurais, as revoltas mais importantes foram protagonizadas por estes.

Modo de produção escravista

A escravidão tornou-se o modo de produção predominante na Antiguidade. Um modo de produção é um conjunto de relações de produção que constitui a estrutura econômica da sociedade.

O historiador Perry Anderson lembra que o “modo de produção escravo” foi uma invenção do mundo grego. A escravidão tinha existido de várias formas, mas era um fenômeno que existia à margem da principal força de trabalho rural.

As cidades-estados gregas transformaram a escravidão de sistema auxiliar em um modo sistemático de produção. Isso não significa que tenha existido somente este tipo de trabalho, os escravizados sempre coexistiram com camponeses livres, rendeiros dependentes e artesãos urbanos.

O escravismo foi a base econômica do período de esplendor das civilizações grega e romana,

suas grandes épocas clássicas, quando floresceu a civilização da Antiguidade – a Grécia, nos séculos V e IV a.C., e Roma, do século II a.C. ao século II d.C. -, foram aquelas em que a escravidão era maciça e generalizada, entre outros sistemas de trabalho.

ANDERSON, 1991, p. 22.

RESPONDA AS QUESTÕES

QUESTÃO 1

O direito e a ideologia escravistas equiparam, em termos gerais, o escravo à condição de coisa, sem vontade própria, juridicamente incapaz, e objeto da vontade de terceiros – o homem livre que é seu proprietário legal.

BOITO JR, 2001, p. 86.

No direito das sociedades escravistas, o escravizado:

(A) É dono da sua própria vontade.

(B) Tem a mesma condição de um objeto.

(C) Tem liberdade jurídica para agir.

(D) Pode usufruir de direitos e vantagens.

QUESTÃO 2

O historiador Perry Anderson lembra que o “modo de produção escravo” foi uma invenção do mundo grego. Isso significa que:

(A) A escravidão não havia ocorrido em nenhum outro lugar antes da Grécia.

(B) Noutras civilizações a escravidão era predominante mas na Grécia não.

(C) Os gregos transformaram a escravidão num modo sistemático de produção.

(D) O escravismo foi a base do esplendor das civilizações grega e romana

QUESTÃO 3

Quais as principais características da escravidão na Antiguidade?

QUESTÃO 4

É comum ouvir de pessoas da classe trabalhadora que a escravidão não acabou – “vivemos numa escravidão”, dizem. Releia o fragmento de texto citado na questão 1. Escreva um parágrafo comparando a condição jurídica do escravizado apontada no texto e a condição jurídica do trabalhador atual.


Autoria:Anísio José Pereira Filho
Formação:História
Componente Curricular:História
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento:(EJAHI0427) Identificar os elementos definidores do modo de produção escravista na Antiguidade.
Referencial teórico:ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. Tradução de Beatriz Sidou. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.
BOITO JR, Armando. Pré-capitalismo, capitalismo e resistência dos trabalhadores. In: Crítica Marxista, v.1, n. 12, São Paulo: Boitempo, 2001, p. 77-104.  Disponível em: <https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/artigo74Artigo%204.pdf> acesso em 18, set. 2023.
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 2 ed. São Paulo: Contexto. 2002. (Coleção Repensando a História).
HIMMELWEIT, Susan. Modo de produção [verbete]. In: BOTTOMORE, Tom (Edit.). Dicionário do Pensamento Marxista. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.