Esta proposta de atividade de História é destinada aos estudantes do 4º Período da Educação de Jovens e Adultos-EJA
Egito e Mesopotâmia
As organizações políticas de Egito e Mesopotâmia se desenvolveram de formas diferentes.
Mesopotâmia
Politicamente, o sul da Mesopotâmia estava dividido em doze cidades-Estados bem consolidadas e ciosas de sua independência. Havia dois domínios linguísticos diferentes, o sumério e o acádio, mas existia uma homogeneidade cultural.
Em cada cidade, um grupo de homens livres proprietários tinha reconhecidos privilégios fiscais, legais e de jurisdição.
Três instituições marcaram a história política da baixa Mesopotâmia (CARDOSO, 1990):
Órgãos colegiados
No início do processo de urbanização, por volta do quarto milênio antes de Cristo (a.C.), as decisões eram tomadas pelo conselho de anciãos (notáveis locais) e pela assembleia dos homens livres. É possível que, no começo, mulheres também participassem.
Esses primeiros órgãos colegiados tinham origem tribal.
Templos
Os templos como complexos político-econômicos surgiram ainda no quarto milênio a.C.
No início da vida urbana, no interior dos templos, havia uma espécie de sumo sacerdote chamado de En (senhor), às vezes podia ser uma mulher, encarregado da chefia militar e de tarefas administrativas.
Palácio real
O palácio real, como entidade diferente do templo, apareceu no terceiro milênio a. C.
É possível que houvesse grande heterogeneidade da monarquia entre as cidades-Estados.
Na segunda metade do terceiro milênio a.C. o rei passou a residir em um palácio separado do templo. Embora desempenhasse funções religiosas importantes, não era mais sumo sacerdote. Seu título agora era ensi (governador) e lugal (grande homem) para o que conseguisse estender sua autoridade sobre várias cidades.
O comando militar foi fator fundamental no surgimento da monarquia permanente separada do templo, atuando na defesa do território e das rotas comerciais, na conquista e no saque.
Á medida que a monarquia se consolidava, os templos, o conselho e a assembleia diminuíam suas funções.
Em meados do terceiro milênio a.C. ganha corpo uma consciência étnica unitária na Baixa Mesopotâmia que serviu de base para hegemonias cada vez maiores e desembocaram em impérios.
Egito
O Egito já emergiu como reino centralizado. Na monarquia egípcia, o rei se definia como o centro de todas as coisas.
Três etapas marcam o terceiro milênio a.C.:
Formação da realeza faraônica, dinastias I a III, 2920 a.C. – 2694 a.C.;
Aparece e consolida-se uma tradição cultural centrada no rei-deus. As instituições de governo estão em formação. O palácio real é o centro da administração. O rei nomeia parentes para as posições mais altas e supervisiona diretamente a cobrança de tributos.
Apogeu do Reino Antigo, ápice do poder real, dinastias IV a VI, 2575 a.C. – 2150 a.C.;
Os reis da quarta dinastia foram os construtores das pirâmides. O apogeu monárquico durou quatro séculos. O aparelho do Estado estava totalmente organizado. Formou-se uma burocracia de Estado e os altos cargos deixaram de ser entregues aos parentes reais. O rei é considerado a origem de todos os poderes, é absoluto, deus.
Diante do rei todos são plebeus por igual, do alto funcionário ao camponês.
Decadência do Reino Antigo, dinastias VIII a XI, 2150 a.C – 2040 a.C.
Houve uma fase prolongada de diminuição drástica do nível médio das inundações anuais do rio Nilo. Isso gerou vários anos de fome, diminuição da população e de riquezas que o Estado podia tributar. Isto ocorreu exatamente no momento em que havia um reforço progressivo do aparelho do Estado. Os rendimentos de cada funcionário graduado reduziram, isso levou à queda na qualidade da administração, à insatisfação latente, a desequilíbrios internos graves do regime. Os problemas se avolumaram e o Estado não conseguiu fazer frente.
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
Na Mesopotâmia, a história política é marcada pelo desenvolvimento de três instituições ao longo do tempo. Estas instituições são:
(A) Executivo, legislativo e judiciário.
(B) Órgãos colegiados, templo e palácio real.
(C) Monarquia, república e democracia.
(D) Governo, igreja e sociedade.
QUESTÃO 2
O Egito viveu um período de formação, apogeu e decadência do reino antigo. O que provocou a sua decadência foi:
(A) A crise provocada pelo ataque de povos estrangeiros, que diminuiu drasticamente a produção de alimentos.
(B) A diminuição drástica da produção provocou fome e muitas mortes, levando a população a não acreditar mais no faraó.
(C) Na monarquia egípcia, o rei era considerado um deus, a origem de todos os poderes.
(D) Queda drástica dos níveis das cheias do Nilo ao mesmo tempo em que ocorria um reforço do aparelho do Estado.
QUESTÃO 3
Anote as diferenças entre a Mesopotâmia e o Egito quanto às suas instituições políticas.
QUESTÃO 4
Estudamos história para compreender o presente de forma mais complexa. Conhecer um pouco sobre Egito e Mesopotâmia mudou a sua percepção sobre algum aspecto do presente?
Autoria: | Anísio José Pereira Filho |
Formação: | História |
Componente Curricular: | História |
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento: | (EJAHI0420) Compreender as dinâmicas de organização do Estado e da sociedade no Egito Antigo e na Mesopotâmia. |
Referencial teórico: | CARDOSO, Ciro Flamarion. Antiguidade oriental: política e religião. São Paulo: Contexto, 1990. |