Esta proposta de atividade de História é destinada aos estudantes do 6º Período da Educação de Jovens e Adultos-EJA.
CORONELISMO
Veja esta situação:
Vamos falar de coronelismo através de perguntas e respostas.
O que é o coronelismo?
Victor Nunes Leal, autor de um dos mais importantes estudos sobre o tema, disse que o coronelismo é a relação de compromisso que se estabeleceu entre o poder público, em ascensão, e o poder privado, em decadência; é uma troca de proveitos entre os dois.
O que é o poder público e o poder privado?
O poder público é o poder do Estado, de base representativa, impessoal e institucional (regido pelas leis).
O poder privado é o poder de chefes locais espalhados pelo Brasil afora. Geralmente exercido por um grande proprietário de terra que tinha a patente de coronel da Guarda Nacional.
Mas, como assim “relação de compromisso”, “troca de proveitos” entre os dois?
Era uma relação baseada na troca de favores (reciprocidade). O coronel, cada vez mais, precisava do poder do Estado para garantir o seu poder em sua localidade. E quem estava no governo precisava de votos para continuar governando. Então, o Estado apoiava o coronel e o coronel retribuía com os votos da população.
E como o coronel controlava o voto da população?
O controle que o coronel possuía sobre os votos vinha da relação de dependência econômica que vinculava a população rural ao chefe. O coronelismo é produto do mundo rural, seus traços se definem pelas relações historicamente estabelecidas no campo.
O coronel também usava a violência e a fraude eleitoral para garantir a vitória de seus candidatos.
E por que o poder público estava em ascensão e o poder privado em decadência?
O coronelismo ocorreu no período que vai da Proclamação da República, 1889, até 1930. O mando pessoal dos grandes proprietários de terra existia há muito tempo e no Império se criou a Guarda Nacional, que deu patente militar para esses senhores. Com a república há um avanço do poder público e um enfraquecimento desse poder pessoal. Apesar de terem muito poder, os coronéis não mandavam como na época do Império.
Em Goiás
O coronelismo ocorreu no Brasil inteiro. Em Goiás, três oligarquias governaram o estado durante a chamada República Velha: os Bulhões, os Xavier de Almeida e os Caiado.
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
Segundo Victor Nunes Leal, o coronelismo é a relação de compromisso entre o poder público e o poder privado, é uma troca de proveitos entre os dois. Isso significa que:
(A) Acontecia uma troca de favores entre o chefe local, o governador e o presidente da república.
(B) O coronel mantinha o controle sobre os votos através da dependência econômica da população.
(C) O apoio que o coronel precisava do Estado era comprado através de depósito para o governador.
(D) O poder público é o poder do Estado, de base representativa, impessoal e institucional.
QUESTÃO 2
A prefeitura da cidade de Riacho de Dentro construiu uma escola no Bairro das Pedrinhas. No dia da inauguração montou-se um palco com várias autoridades, entre elas o prefeito. Um vereador, em seu discurso, disse que aquela obra era um presente do prefeito para a população local e que por isso o povo deveria retribuir no dia da eleição.
O presidente da associação de moradores pediu a palavra e disse que aquela escola era um direito da população; o povo não tinha nenhuma obrigação de retribuir com o voto, pois se tratava de um direito.
Na situação apresentada acima podemos perceber uma concepção de política herdeira do coronelismo na atitude do:
(A) Prefeito.
(B) Vereador.
(C) Povo.
(D) Presidente da associação.
QUESTÃO 3
As práticas coronelistas aconteciam baseadas nas relações pessoais. O que isso significa?
QUESTÃO 4
Como podemos relacionar as práticas políticas dos coronéis e as práticas políticas atuais? A época do coronelismo está superada ou podemos ainda encontrar resquícios dela?
Saiba mais
Troca de favores
Autoria: | Anísio José Pereira Filho |
Formação: | História |
Componente Curricular: | História |
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento: | (EJAHI0609) Conhecer e analisar o coronelismo no Brasil e em Goiás. |
Referencial teórico: | LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. 7. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. SOUZA, Dalva Maria B. de L. D. de. Coronelismo em Goiás (Francisco Itami Campos). Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/fcs/article/view/578/4163> acesso em 19, abr. 2022. |