Esta proposta de atividade de EDUCAÇÃO FÍSICA é destinada aos estudantes do 5ª Período da Educação de Jovens e Adultos – EJA.
A HISTÓRIA, O TEMPO E O ESPAÇO
O tempo é uma das dimensões mais fascinantes para se estudar a História. Ele organiza os eventos, nos ajuda a compreender mudanças e permanências e conecta diferentes contextos culturais. Mas como medir algo tão abstrato? Desde as primeiras civilizações, os seres humanos desenvolveram formas variadas de entender e registrar o tempo, usando elementos naturais, como o sol, a lua e as estações, para criar calendários e organizar a vida em sociedade.
Há diferentes formas de perceber o tempo. O biológico está ligado aos ciclos da vida, como nascimento, crescimento e envelhecimento. Já o psicológico reflete como percebemos o passar do tempo, que pode parecer rápido ou lento dependendo de nossas experiências. O tempo cronológico, medido por relógios e calendários, é objetivo e organizado em horas, dias e anos. Por fim, o tempo histórico é mais amplo, envolvendo grandes períodos marcados por eventos que moldam a sociedade. Essas perspectivas nos mostram que o tempo vai além do que apenas números no relógio.
Na História, o tempo é estruturado em períodos para facilitar o estudo e a compreensão das mudanças sociais. A Pré-História, por exemplo, refere-se ao período anterior à invenção da escrita, enquanto a Idade Antiga se concentra nas grandes civilizações, como Egito, Grécia e Roma. A Idade Média nos transporta para o mundo feudal e a influência da Igreja, enquanto a Idade Moderna destaca o Renascimento, as grandes navegações e o surgimento do capitalismo. Por fim, a Idade Contemporânea aborda revoluções, industrialização e o avanço tecnológico. Essa periodização, no entanto, nem sempre reflete as realidades de todos os povos, sendo importante questionar sua centralidade eurocêntrica.
As diferentes formas de medir o tempo são exemplificadas pelos calendários criados ao longo da história. O egípcio, baseado nas cheias do Nilo, o maia, extremamente complexo e ligado a ciclos astrológicos, e o gregoriano, hoje amplamente utilizado, são exemplos marcantes. Outras culturas, como a islâmica e a judaica, têm seus próprios sistemas, demonstrando que a percepção do tempo é diversa e culturalmente rica.
É preciso, contudo, ter cuidado ao interpretar o passado. O anacronismo, que consiste em julgar períodos históricos com base nos valores atuais, pode distorcer a compreensão dos eventos e das sociedades. Respeitar os contextos de cada época é essencial para uma análise justa e aprofundada. Isso nos lembra que a História não é apenas uma sequência de fatos, mas também uma construção influenciada pela cultura, o tempo e o espaço.
Portanto, estudar o tempo na História é compreender que ele não é universal, mas sim plural. Ele reflete a forma como diferentes sociedades vivem, pensam e organizam suas vidas. Ao nos aprofundarmos no tema, descobrimos que a diversidade cultural molda não apenas as formas de medir o tempo, mas também a própria maneira de viver e narrar a história da humanidade.
QUESTÃO 1
Explique como a divisão tradicional da história em períodos (Pré-História, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea) é útil para o estudo da História, mas também pode ser criticada por sua perspectiva eurocêntrica. Cite exemplos que justifiquem sua resposta.
QUESTÃO 2
As diferentes formas de medir o tempo refletem as necessidades e as culturas de cada sociedade. Compare os calendários egípcio, maia e gregoriano, destacando as diferenças em suas bases de medição e objetivos principais.
QUESTÃO 3
Na História, o tempo pode ser percebido de diferentes formas, como o biológico, o psicológico, o cronológico e o histórico. Cada um possui características específicas que ajudam a organizar a vida e compreender as transformações ao longo do tempo. Com base nessas informações, podemos dizer que o tempo cronológico
(A) está relacionado à percepção subjetiva do tempo, como sentir que algo passa rápido ou devagar.
(B) organiza a vida social e histórica em eventos marcados por mudanças lentas e longas durações.
(C) é medido de forma objetiva por calendários e relógios, como dias, meses e anos.
(D) reflete os ciclos da vida humana, como nascimento, crescimento e envelhecimento.
QUESTÃO 4
A periodização da História, como a conhecemos, é um instrumento útil para organizar os eventos históricos, mas também apresenta limitações. Nem todos os povos vivenciam as transformações de forma simultânea, e essa divisão muitas vezes reflete uma visão europeia dos acontecimentos. Com base nas informações, podemos dizer que um melhor exemplo de problema associado à periodização histórica tradicional seria o fato de que
(A) a Pré-História termina com o surgimento da escrita em todas as culturas do mundo simultaneamente, bem como com a descoberta do fogo.
(B) a Idade Média é marcada pelo feudalismo e pelo domínio da Igreja Católica em diversas sociedades, sendo marcado por diversos progressos.
(C) a Idade Contemporânea começa com a Revolução Francesa, mas não representa povos que ainda vivem em sistemas tradicionais.
(D) a Idade Moderna é caracterizada pela expansão marítima europeia, mas sem impacto global que seja considerado relevante para o período.
Autoria: | Prof. Me. Júlio Cesar da Silva |
Formação: | Licenciatura em História |
Componente Curricular: | História |
Habilidades: | (EJAHI0403) Conhecer e comparar as diferentes formas da noção de tempo utilizadas para o registro da História. (EJAHI0404) Conhecer e problematizar os marcos de passagem e de periodização da historiografia: Antiga, Medieval, Moderna, Contemporânea, Tempo Presente. |
Referências: | HISTÓRIA, Coleção Ensino Fundamental. 6º Ano: V. 1. Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2024. p. 18-28. |