Esta proposta de atividade de História é destinada aos estudantes do 5º Período da Educação de Jovens e Adultos-EJA
A escravidão no Brasil
Usos da mão de obra escravizada
Os africanos trazidos à força para o Brasil eram obrigados a fazer todo tipo de serviço. No campo (“escravos do eito”), nas minas (“escravos das minas”), na cidade (“escravos urbanos”), em casa (“escravos domésticos) ou na rua (“negros de ganho”), eles estavam em todo lugar.
Escravizados no campo
A maioria da mão de obra escravizada era empregada na agricultura. Os “escravos do eito” enfrentavam jornadas duras de trabalho sob sol escaldante e que, às vezes, chegavam a vinte horas diárias.
O trabalho nas moendas, fornalhas e caldeiras dos engenhos poderia ser pior. Submetidos ao calor insuportável, não era incomum sofrerem queimaduras ou mesmo que perdessem uma das mãos ou braço.
Escravizados domésticos
Eram menos numerosos e tinham um cotidiano diferente dos “escravos do eito”. Conviviam com a família nuclear dos senhores, constituindo a criadagem que lhes serviam no dia a dia. Desempenhavam funções de cozinheiras, babás, pajens, amas de leite, etc.
Escravizados nas minas
Com a descoberta de ouro na colônia portuguesa a sua exploração foi feita pela mão de obra escravizada. O trabalho nas minas exigia o emprego de muita força física e caracterizou-se pela insalubridade. Os escravizados trabalhavam horas dentro d’água e sujeitos a deslizamentos.
Escravizados urbanos
Muitos trabalhavam na rua como alugados e jornaleiros, passando parte do tempo longe da vigilância do senhor. Era arrendado por dia ou por semana devendo entregar ao senhor a soma que recebia.
Eles exerciam uma infinidade de ofícios: eram pintores, pedreiros, carpinteiros, estivadores, alfaiates, ferreiros, costureiros, cocheiros, carroceiros, barbeiros, sapateiros. As mulheres eram domésticas, cozinheiras, arrumadeiras, amas, engomadeiras, lavadeiras. Escravas vendiam nas ruas mingaus, doces, bolos, caldo de cana, caruru e iguarias vindas da África. Saíam pela cidade oferecendo seus quitutes e muitas vezes levavam os filhos amarrados em panos da costa, que lhes identificavam a nação. Várias delas atuavam como mensageiras, pois, circulando pelas ruas, podiam transmitir informações e até notícias de rebeliões. Escravizadas também tiveram de exercer a prostituição nas regiões portuárias, vendendo seu corpo e entregando os ganhos aos patrões
SCHWARCZ; STARLING, Edição do Kindle, pp. 153-154.
A coisificação dos escravizados
Uma das principais características da escravidão moderna foi o não reconhecimento da humanidade dos escravizados, tratando-os como coisas.
Essa coisificação começava já no apresamento na África e continuava na travessia do Atlântico, submetidos a condições horríveis de alojamento.
Na chegada ao Brasil o escravizado era cuidado e maquiado como uma mercadoria para ser exposto à venda no mercado.
Uma vez a serviço do seu senhor, era exposto a um cotidiano de violência que visava enquadrá-lo ao comportamento desejado.
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
Marque a opção que assinala corretamente os trabalhos dos escravizados mostrados na imagem.
(A) Babá, trabalho na mina, escravas do eito.
(B) Babá, trabalho na mina, negras de ganho.
(C) Ama de leite, trabalho na mina, negras de ganho.
(D) Babá, trabalho no engenho, negras de ganho.
QUESTÃO 2
No texto, a expressão “coisificação dos escravizados” significa:
(A) Que na sociedade da época cada coisa deveria ficar no seu lugar.
(B) Que os africanos tinham muitas coisas a fazer.
(C) Que os africanos eram tratados como se fossem coisas.
(D) Que os africanos sofriam mais violência que as coisas.
QUESTÃO 3
Observe a imagem a seguir.
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O negro escravizado, no sistema escravista que se desenvolveu no Brasil, era considerado um objeto que tinha valor no mercado. Isso estava previsto na lei e era aceito moralmente. Que relação podemos estabelecer entre a situação representada na imagem e esta condição social do escravizado?
QUESTÃO 4
A escravidão é uma instituição fundante da sociedade brasileira. Identifique exemplos atuais de heranças escravocratas no Brasil.
Saiba mais
Debret e o registro da vida dos escravizados
| Autoria: | Anísio José Pereira Filho |
| Formação: | História |
| Componente Curricular: | História |
| Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento: | (EJAHI0522) Conhecer os diversos usos da mão de obra escravizada, proveniente do tráfico negreiro, nos campos e cidades do território da América portuguesa. (EJAHI0523) Identificar os mecanismos utilizados para a coisificação dos escravizados. |
| Referencial teórico: | SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. Companhia das Letras. Edição do Kindle. WIKIPEDIA. Escravidão no Brasil [verbete]. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o _no_Brasil> acesso em 02, dez. 2022. |