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Geografia – O sujeito e seu lugar no mundo: Da ordem bipolar a Geopolítica atual.

Olá, educando (a). Esta videoaula de Geografia  foi veiculada na TV no dia 17/06/2021 (Quinta-feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.

Esta aula pretende analisar a ordem mundial Bipolar, o contexto da Guerra Fria, a queda do socialismo soviético, a ordem Multipolar e a geopolítica atual.

Temática – Geografia – O sujeito e seu lugar no mundo: Da ordem bipolar a Geopolítica atual. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/38/At_the_edge_of_the_war.png>. Acesso em 10 de Abril 2021.

Assista a videoaula abaixo, com a temática – Geografia – O sujeito e seu lugar no mundo: Da ordem bipolar a Geopolítica atual.

8ª SÉRIE | Eaja |GEOGRAFIA | PROF.: WERLLEN PIRES

Da ordem bipolar a política atual 

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) firmaram-se como os Estados mais poderosos do mundo, tanto economicamente quanto militarmente. Essas potências eram governadas sob sistemas sociais e econômicos opostos, o capitalista e o socialista, e estenderam sua liderança a outros países, formando os blocos capitalista e socialista. Essa disputa pela influência sobre outras nações (hegemonia) ficou conhecida como Guerra Fria, já que as duas potências nunca se enfrentaram diretamente no campo de batalha. O confronto entre elas só ocorreu no campo diplomático, caracterizado principalmente pelo apoio a guerras em outras regiões, como as guerras da Coréia, do Vietnã e do Afeganistão.

O que é ordem bipolar? (Bi) significava “dois pólos”. O mundo ficou dividido entre duas potências mundiais, os Estados Unidos e a União Soviética. Portanto, muitos dos conflitos e das questões econômicas e políticas da época tinham relação com a disputa entre essas duas potências. Porém, com o fim da Guerra Fria, os conflitos persistiram e, quando aprofundado sobre suas causas e motivações, muitos têm relação com o contexto da ordem bipolar. 

A Guerra Fria

Disponível em: DELLORE, Cesar Brumini. Araribá Mais: Geografia. Editora Moderna, 1ª Ed, São Paulo, 2018. 6º ao 9º. PNLD 2020. p23.

Depois de quase seis anos de batalhas e um saldo de mais de 50 milhões de mortos e 28 milhões de mutilados, a Segunda Guerra Mundial terminou, em 1945, com a derrota dos países que formavam o bloco conhecido como Eixo (liderado por Itália, Japão e Alemanha). O Japão, último a se render, sofreu ainda ataques nucleares dos Estados Unidos, que lançaram duas bombas atômicas, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, assombrando o mundo.

Com o fim da Guerra, países que formavam o bloco dos Aliados (Estados Unidos, União Soviética e Reino Unido), vitoriosos, participaram de conferências para reorganizar o espaço europeu de acordo com seus interesses. As conferências de Yalta e Potsdam remodelaram as fronteiras soviéticas e alemãs, expandindo as áreas de influência da União Soviética.

Os Estados Unidos, temendo um avanço soviético, lançaram a Doutrina Truman, em 1947, com o objetivo de colocar os países da Europa Ocidental sob sua influência. Assim teve início o processo de bipolarização mundial, com o mundo dividido em dois polos de poder. 

Acontecimento da Guerra Fria 

Duas grandes crises durante a Guerra Fria envolveram Berlim. No fim da Segunda Guerra Mundial, a capital da Alemanha, assim como todo o país, foi dividida em quatro zonas, controlada por quatro nações: Estados Unidos, Reino Unido, França e União Soviética. Em 1948, as três nações ocidentais anunciaram que passariam a atuar em conjunto. A União Soviética então bloqueou as rotas rodoviárias e ferroviárias que abasteciam Berlim, localizada na parte soviética do país. Em resposta, os Estados Unidos e o Reino Unido passaram a abastecer a cidade usando aviões. Em 12 de maio de 1949, os soviéticos levantaram o bloqueio.

Como consequência, em 1949 os países da Europa alinharam-se ao bloco ocidental (capitalista) ou ao bloco oriental (socialista). No mesmo ano, a Alemanha foi dividida em dois países: a República Federal da Alemanha ou Alemanha Ocidental, capitalista; e a República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental, socialista. 

Nos anos seguintes, muitos habitantes de Berlim Oriental fugiram para Berlim Ocidental. Em 1961, os dirigentes da Alemanha Oriental construíram um muro para impedir as fugas. O Muro de Berlim se tornou o símbolo da Guerra Fria.

Vista do Muro de Berlim por volta de 1962. O muro foi originalmente feito com arame farpado e blocos de cimento. Mais tarde, foi reforçado e expandido.

John Waterman—Fox Photos/Hulton Archive/Getty Images

Muro de Berlim. 1 fot., color. In Britannica Escola. Web, 2021. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br/pesquisa/artigos/levante do muro /recursos/242703>. Acesso em: 11 de abril de 2021.

Construindo o muro

50 anos do início da construção do Muro de Berlim | Frumentarius

Disponível em: Artigo, https://joanisval.com/2011/08/13/50-anos-do-inicio-da-construcao-do-muro-de-berlim/ , Acesso em 10 de Abril de 202.1

As corridas espaciais e armamentistas 

Nesse cenário, a corrida espacial foi um marco na disputa entre os blocos capitalista e socialista. Os soviéticos foram os primeiros a lançar um satélite e a enviar uma pessoa ao espaço, enquanto os estadunidenses organizaram a primeira expedição tripulada a aterrissar na Lua. A corrida espacial tinha finalidade científica e fazia parte da competição pelo desenvolvimento de tecnologia militar, mas, sobretudo, era uma maneira de cada bloco fazer propaganda de suas conquistas tecnológicas e de seu modo de vida. 

Além da corrida espacial, durante a Guerra Fria ocorreu a chamada corrida armamentista. Estados Unidos e União Soviética esforçavam-se em produzir bombas nucleares com poder de destruição cada vez maior, gerando preocupação em todo o mundo. Acreditava-se que o ataque de um dos dois lados desencadearia uma guerra total, que poderia pôr em risco a própria existência humana. Por esse motivo, as duas superpotências tentavam manter os conflitos longe de seus territórios.

Os focos de tensão foram mudando ao longo do tempo, sempre que algum país não deixava claro a qual bloco estava aliado. Soviéticos e estadunidenses financiaram grupos rebeldes, partidos políticos e até artistas e intelectuais para difundir suas ideologias. Por isso, a Guerra Fria não foi uma guerra no sentido estritamente militar, de combate armado direto, mas uma guerra tecnológica, ideológica e cultural.

Alianças – Em 1949, os Estados Unidos e seus aliados europeus formaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O objetivo dessa aliança era proteger seus membros em caso de ataques. Em 1955, a União Soviética e as nações do Leste Europeu formaram o Pacto de Varsóvia, com as mesmas intenções.

A crise na URSS

Em 1985, Mikhail Gorbachev assumiu o poder na União Soviética. Nos anos seguintes, ele iniciou um processo de reestruturação econômica (perestroika), com abertura política e transparência das ações do Estado (glasnost). Entre as ações empreendidas por iniciativa do líder soviético, destacaram-se os acordos entre os blocos socialista e capitalista para a diminuição do arsenal nuclear. Esses acordos diminuíram um pouco a tensão política no mundo, principalmente em relação às consequências de uma guerra nuclear.

As corridas espacial e armamentista são algumas das razões pelas quais a União Soviética chegou ao fim. Isso porque, no início do governo Gorbachev, a economia do país já se encontrava bastante debilitada, em grande parte por causa dos pesados investimentos nas indústrias bélica e aeroespacial.

A crise soviética marcou o fim da Guerra Fria, cujo símbolo foi a queda do Muro de Berlim, em 1989. O desmembramento da União Soviética em vários países independentes e o  desaparecimento do socialismo na Europa Oriental convergiram, também, para mudanças no cenário político europeu, simbolizadas pela entrada de antigos países socialistas na União Europeia.

A queda do muro de Berlim em 1989.

Pessoas reunidas junto a uma abertura no muro de Berlim, em novembro de 1989. A queda do Muro de Berlim é um dos eventos que simbolizam o fim da Guerra Fria.

Guerra Fria

Guerra Fria. 1 fot., color. In Britannica Escola. Web, 2021. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br/artigo/Guerra-Fria/481011/recursos/233310>. Acesso em: 10 de abril de 2021.

Alemães do leste e do oeste sobre o Muro de Berlim, em frente ao Portão de Brandenburgo, em 10 de novembro de 1989. O muro que dividia a cidade tinha sido aberto no dia anterior.

AP Images

Muro de Berlim. 1 fot., color. In Britannica Escola. Web, 2021. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br/pesquisa/artigos/levante do muro /recursos/145958>. Acesso em: 11 de abril de 2021.

Atualmente, muitas partes do Muro de Berlim que ainda permanecem de pé são cobertas por arte, como grafite e pinturas.

© Kalle Kolodziej/Fotolia

Muro de Berlim. 1 fot., color. In Britannica Escola. Web, 2021. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br/pesquisa/artigos/levante do muro /recursos/242704>. Acesso em: 11 de abril de 2021.

Algumas considerações sobre Guerra Fria e Mundo bipolar.

Essa guerra fria trouxe alguma coisa positiva pra nós? A corrida espacial trouxe muitos avanços tecnológicos que se tornaram parte do nosso dia a dia e estão presentes em ambientes variados. Entre eles, podemos citar: o Sistema de Posicionamento Global (GPS), o micro-ondas, equipamentos utilizados para exercício físico, máquinas e equipamentos utilizados em hospitais e laboratórios, o desenvolvimento da fotografia digital, entre outros.

Texto complementar

O texto a seguir traz alguns dos motivos da queda do socialismo frente ao capitalismo durante a Guerra Fria.

[…] não foi o confronto hostil com o capitalismo e seu superpoder que solapou o socialismo. Foi mais a combinação entre seus próprios defeitos econômicos, cada vez mais evidentes e paralisantes, e a dominante economia capitalista mundial. Na medida em que a retórica da Guerra Fria via capitalismo e socialismo, o “mundo livre” e o “totalitarismo”, como dois lados de um abismo intransponível, e rejeitava qualquer tentativa de estabelecer uma ponte, […] ela assegurava a sobrevivência do adversário mais fraco. Pois, entrincheirada por trás de cortinas de ferro, mesmo a ineficiente e frouxa economia de comando por planejamento centralizado era viável – talvez cedendo aos poucos, mas de nenhum modo passível de desabar de uma hora para outra. Foi a interação da economia do tipo soviético com a economia mundial capitalista, a partir da década de 1960, que tornou o socialismo vulnerável. Quando os líderes socialistas na década de 1970 preferiram explorar os recursos recém-disponíveis do mercado mundial (preços de petróleo, empréstimos fáceis etc.), em vez de enfrentar o difícil problema de reformar seu sistema econômico, cavaram suas próprias covas. […]

Fonte: HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 246-248. Disponível em: DELLORE, Cesar Brumini. Araribá Mais: Geografia. Editora Moderna, 1ª Ed, São Paulo, 2018. 6º ao 9º. PNLD 2020. p. 23.

Com o fim da Guerra Fria, em 1989-1990, vários países deixaram o bloco socialista e aderiram à economia de mercado, típica do sistema capitalista. Com isso, os Estados Unidos emergiram como a grande potência mundial, com reflexos na economia, na sociedade e na cultura de todo o planeta.

A nova ordem mundial é a multipolar (tendo os países capitalistas no centro do comando mundial). São vários pólos de poder, influência e controle dos setores comercial, industrial, financeiro e tecnológico. 

Chegou o momento de você mostrar o que aprendeu, vamos lá?

Atividade

Questão 1 – O que foi o mundo bipolar? Quais os dois principais países?

Questão 2 – Quais eram as características da Guerra Fria?

Questão 3 – Explique sobre o Muro de Berlim, porque foi construído, o que simbolizava e quando ele caiu?

Questão 4 – Você sabe ou já assistiu algum filme ligado a esse período da Guerra Fria? pesquise e descubra.


Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento:(EAJAGE0802) Identificar as características das espacialidades e territorialidades do mundo nos pós Segunda Guerra Mundial e o papel da Europa.
Referências:DELLORE, Cesar Brumini. Araribá Mais: Geografia. Editora Moderna, 1ª Ed, São Paulo, 2018. 6º ao 9º. PNLD 2020.Guerra Fria. 1 fot., color. In Britannica Escola. Web, 2021. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br/artigo/Guerra-Fria/481011/recursos/233310>. Acesso em: 10 de abril de 2021.
Guerra Fria, artigo, disponível em: https://escola.britannica.com.br/artigo/Guerra-Fria/481011, acesso em 10 de Abril de 2021.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 246-248.