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Geografia – Conexões e escalas: Conceitos, e regionalizações do mundo.

Olá, educando (a). Esta videoaula de Geografia  foi veiculada na TV no dia 17/06/2021 (quinta-feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.

A proposta é apresentar as definições de Estado, nação, território e país, que são conceitos essenciais para a compreensão do mundo e seu quadro político, econômico e social. Em seguida, as organizações multilaterais são apresentadas, com destaque para a ONU. E por fim as diferentes regionalizações mundiais.

Temática – Geografia – Conexões e escalas: Conceitos, e regionalizações do mundo. Disponível em: <pixabay.com/photo>. Acesso em 22 de Abril de 2021.

Assista a videoaula abaixo, com a temática – Geografia – Conexões e escalas: Conceitos, e regionalizações do mundo.

7ª SÉRIE | Eaja |GEOGRAFIA | PROF.: WERLLEN PIRES

A configuração do mundo

O atual mapa do mundo, ou mapa-múndi, representa um momento da geopolítica internacional, resultado das complexas relações históricas entre territórios, Estados e nações. O mapa-múndi não é imutável; países ainda podem ser criados, extintos ou reorganizados.

Diversos povos vivem em constantes conflitos para obter autonomia política sobre um território, ou seja, lutam contra o domínio ou a invasão de seu território por outros países. Essa luta por autonomia pode levar à criação de países.

É fundamental compreender conceitos vinculados a territorialidades político-administrativas. Vamos definir Estado, nação, território e país.

O Estado

O Estado é a forma como a sociedade se organiza politicamente; é o ordenamento jurídico que regula a convivência dos habitantes de um país. O governo é a forma como as instituições políticas e administrativas do país produzem as leis (Poder Legislativo), colocam-nas em prática (Poder Executivo) e garantem sua execução (Poder Judiciário). Além disso, há as forças armadas, organizações responsáveis pela defesa do território. 

Uma nação pode constituir um Estado soberano. Quando ela ocupa um território e se organiza politicamente, denomina-se Estado-nação. Na sociedade contemporânea, o Estado-nação é a forma mais difundida de organização da sociedade. Há Estados-nação que abrangem diversas nações, como o Reino Unido (que reúne as nações inglesa, galesa, escocesa e norte-irlandesa).

A Nação

O termo nação pode ser definido como um coletivo humano com características comuns, como a língua e a religião. Os membros dessa coletividade estão ligados por laços históricos, étnicos e culturais. Há nações com um Estado constituído, como Brasil, Alemanha ou o Japão e há nações que almejam constituir-se como Estado, mas ainda não o são, como os tibetanos, na China, e os curdos, espalhados entre a Turquia, o Irã, o Iraque, o Azerbaijão, a Síria e a Armênia.

O Território

O território de um país é a base física sobre a qual um Estado exerce sua soberania. O território é delimitado por limites políticos, que podem ser naturais, como um rio, uma cordilheira etc., ou artificiais, estabelecidos com base em outros elementos. De modo geral, os limites políticos dos países são determinados por traçados tanto naturais quanto artificiais. O território de um país é formado pelo solo continental e insular, pelo subsolo, pelo espaço aéreo e pelo território marítimo.

O País

Podemos definir país como um território politicamente delimitado, com unidades político-administrativas, moeda própria, reconhecimento internacional e, em geral, habitado por uma comunidade com história própria. Todo país tem um Estado constituído, que exerce soberania perante outros países, e uma Constituição.

As relações entre os países e as principais organizações multilaterais 

As relações entre os países são regulamentadas por tratados e acordos, que podem ser bilaterais ou multilaterais.

As relações bilaterais ocorrem entre dois Estados e se baseiam em variados interesses: comércio, imigração e segurança internacional, entre outros. Essas relações permitem alianças locais e regionais.

As relações multilaterais, por sua vez, envolvem três ou mais Estados. Geralmente, os acordos multilaterais se caracterizam pela obrigatoriedade de adesão às regras por todos os participantes. 

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os países vencedores do conflito estabeleceram alguns valores considerados fundamentais para garantir a ordem internacional, entre eles, a manutenção da paz, a proteção ao meio ambiente e o respeito aos direitos humanos. Para concretizar esses valores, foram criadas organizações multilaterais.

Banco Mundial e FMI

O FMI fornece empréstimos a países com dificuldades financeiras, impondo-lhes condições para repassar o dinheiro. O Banco Mundial utiliza critérios próprios para a concessão de recursos destinados a obras e empreendimentos em países em desenvolvimento e menos desenvolvidos.

Organização das Nações Unidas (ONU)

A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, com o principal objetivo de manter a paz e a segurança internacionais. Além de seus órgãos principais, a ONU é formada por programas, fundos e agências especializadas, com escritórios próprios que atuam de forma interligada. A Assembleia Geral, da qual participam os países-membros da organização, é um espaço de discussão, análise e decisão sobre os mais diversos assuntos de âmbito internacional.

Diferentes formas de regionalização 

Chamamos de região uma porção de território que apresenta características semelhantes, de acordo com determinados critérios e classificações. Para estudar o mundo do ponto de vista físico, por exemplo, é feita uma regionalização, ou seja, uma divisão do território com base em elementos como solo, relevo, vegetação etc. Já para estudar as sociedades e os povos, podemos classificá-los com base em países ou Estados, religiões, línguas, etnias, culturas, desenvolvimento, entre muitos outros aspectos.

A regionalização pode ser feita com base em critérios naturais (clima, hidrografia, vegetação); econômicos (produção industrial ou agrícola, renda per capita, uso de tecnologia); políticos (regimes de governo); sociais (taxas de mortalidade e de fecundidade, indicadores sociais, IDH); culturais (religiões, etnias); entre outros.

Por meio das regionalizações, podemos estudar um conjunto de países comparando diferenças e semelhanças e analisando aspectos gerais e particulares.

1 – Divisão em continentes 

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 34. Disponível em: DELLORE, Cesar Brumini. Araribá Mais: Geografia. Editora Moderna, 1ª Ed, São Paulo, 2018. 6º ao 9º. PNLD 2020.

Uma das formas de regionalização mais conhecidas é o agrupamento dos países em continentes. O principal critério é a extensão contínua das grandes porções de terras emersas. No entanto, aspectos de caráter histórico, cultural e social também são considerados em sua formulação.

2 – Grandes áreas geoculturais 

Outra possibilidade de regionalização do espaço mundial é pelo agrupamento de países por conta de suas características culturais e históricas. Assim, as regiões são formadas com base em aspectos como etnias, línguas, religiões, tradições, hábitos alimentares, costumes, economia etc., comuns a uma sociedade ou a um grupo de países.

O geógrafo Yves Lacoste divide o espaço mundial nas seguintes grandes áreas geoculturais, que podem ser observadas no mapa abaixo:

América do Norte: Canadá e Estados Unidos.

América Latina: México, países da América Central, do Caribe e da América do Sul.

Europa: todos os países da porção ocidental e parte dos países orientais desse continente.

Mundo islâmico: Norte da África, Oriente Médio e alguns países da Ásia Central, onde predomina a religião islâmica.

Mundo africano: África Subsaariana.

Mundo indiano: Índia, Paquistão, Bangladesh e Sri Lanka.

Russos ortodoxos: Rússia, Ucrânia e Belarus, onde predomina a religião cristã ortodoxa.

Extremo Oriente: China, Japão, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Mongólia.

Ásia de Sudeste: ilhas e países como Indonésia, Tailândia, Vietnã, Camboja e Laos.

Austrália e Oceania: Austrália, Nova Zelândia e as diversas ilhas e arquipélagos do entorno.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 11. Disponível em: DELLORE, Cesar  Brumini. Araribá Mais: Geografia. Editora Moderna, 1ª Ed, São Paulo, 2018. 6º ao 9º. PNLD 2020.

3 – Países desenvolvidos e países subdesenvolvidos 

Levando em consideração critérios econômicos e o grau de influência das nações no sistema econômico mundial, foi possível regionalizar o mundo em países desenvolvidos e países subdesenvolvidos.

Durante muito tempo, eram considerados países desenvolvidos aqueles com grande acumulação de riquezas e de tecnologia, de significativa influência na economia mundial e cujas populações apresentavam boa qualidade de vida. Já os subdesenvolvidos eram os países de baixa ou média expressividade na economia, na tecnologia e nos níveis de qualidade de vida.

Essa classificação atualmente é criticada por se entender que a denominação países subdesenvolvidos traria embutida a noção de que esses países conseguiriam superar o estágio de subdesenvolvimento e atingir o nível econômico dos países considerados modelo. Por conta disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) passou a classificar os países de acordo com diferentes níveis de desenvolvimento.

Elaborado com base em dados obtidos em: KIDRON, Michael; SEAGAL, Ronald. Atlas del estado del mundo. Barcelona: Serval, 1982. p. 43. Disponível em: DELLORE, Cesar  Brumini. Araribá Mais: Geografia. Editora Moderna, 1ª Ed, São Paulo, 2018. 6º ao 9º. PNLD 2020.

4 – Primeiro, Segundo e Terceiro mundo.

Após a Segunda Guerra Mundial, durante a Guerra Fria, o mundo se encontrava bipolarizado entre os Estados Unidos, capitalista, e a União Soviética, socialista. A rivalidade entre os países capitalistas e socialistas baseava-se, em grande parte, no desenvolvimento de suas economias e de seus modelos de produção, o que impulsionou as corridas armamentista e espacial.

O Primeiro Mundo correspondia aos países capitalistas desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, países da Europa Ocidental e Japão. O Segundo Mundo era formado pelos países socialistas, como União Soviética, China, Cuba e países do Leste Europeu. E o Terceiro Mundo, pelos países capitalistas subdesenvolvidos.

Com a queda do socialismo, o segundo mundo deixou de existir, logo essa classificação entrou em desuso, ou seja, não é mais adequada. 

5 -Regionalização por níveis de desenvolvimento 

A Organização das Nações Unidas (ONU) passou a classificar os países de acordo com seus diferentes níveis de desenvolvimento. Segundo a ONU, as regiões podem ser denominadas com maior desenvolvimento, em desenvolvimento e menos desenvolvidas.

Países com maior desenvolvimento

As regiões com maior desenvolvimento abrangem grande parte dos países da Europa, o Canadá, os Estados Unidos, a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão. A economia forte e dinâmica dos países com maior desenvolvimento garante a eles alto Produto Interno Bruto (PIB). Entre os dez países com maior PIB, sete estão entre os considerados com maior desenvolvimento: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

Nos países com maior desenvolvimento, a qualidade de vida, em geral, é boa e a maior parte da população tem supridas suas necessidades básicas, como educação, moradia, saneamento básico e assistência à saúde. 

Os países com maior desenvolvimento sediam a maior parte das empresas transnacionais e efetuam grandes investimentos em pesquisas científicas, o que proporciona o avanço das tecnologias usadas para aprimorar os processos de produção e gera retorno financeiro.

Países em desenvolvimento

As regiões em desenvolvimento abrangem os países da África, da Ásia (excluindo o Japão), da América Latina, da Micronésia, da Melanésia e da Polinésia.

Em sua maioria, esses países foram colônias de metrópoles europeias responsáveis pela extração de   madeiras, minérios (principalmente ouro, prata e pedras preciosas) e produtos agrícolas. Mesmo após conquistar a independência, a maior parte desses países continuou com o mesmo modelo econômico, ou seja, de abastecimento do mercado internacional.  As principais características da maioria dos países em desenvolvimento são: 1- grande desigualdade social, má distribuição e concentração de renda;

2- dependência econômica, política e tecnológica em relação aos países com maior desenvolvimento;

3- economia primário-exportadora (países pouco industrializados e exportadores de matérias-primas);

4- população empregada, em grande parte, nos setores primário (agricultura, pecuária e extrativismo) e terciário (comércio e serviços) da economia e no mercado informal;

5- altos índices de analfabetismo, mortalidade infantil e natalidade;

6- baixa expectativa de vida;

7- média de ingestão diária de calorias abaixo do mínimo recomendado;

8- grande parcela de pessoas vivendo em moradias precárias;

9- proliferação de grandes centros urbanos com infraestrutura insuficiente.

Países em desenvolvimento considerados emergentes Os países emergentes são aqueles que dispõem de um padrão de vida entre médio e baixo, com maior grau de industrialização. Esses países apresentam um crescimento econômico e social maior que o dos demais países em desenvolvimento e são capazes de atrair investimentos internacionais em razão das vantagens competitivas que oferecem, como mão de obra barata e abundância de recursos naturais, incentivos fiscais e legislação ambiental pouco rigorosa.

China, Turquia, Indonésia, Malásia, Brasil, México, Argentina, África do Sul e Índia são exemplos de países emergentes, também chamados industrializados. Pelo fato de oferecerem matérias-primas e mão de obra baratas e disporem de grande mercado consumidor e fontes de energia, esses países atraíram empresas transnacionais, principalmente a partir das últimas décadas do século XX, o que lhes garantiu grande desenvolvimento econômico. Ao mesmo tempo em que continuaram a exportar matérias-primas para os países desenvolvidos, os países emergentes passaram a exportar produtos industrializados, geralmente com baixa tecnologia.

Apesar da industrialização e do significativo crescimento econômico, a maior parte desses países não conseguiu solucionar problemas como o analfabetismo, a mortalidade infantil elevada, a carência de moradias e o pouco acesso ao saneamento básico. 

Países menos desenvolvidos

A expressão países menos desenvolvidos é adotada pela ONU para os países com índices de baixa escolaridade e de elevada mortalidade infantil, com carência de moradias e com pouco acesso ao saneamento básico. O grau de ocorrência dos problemas mencionados varia de um país para outro. Na América, apenas o Haiti entra nessa classificação. A partir de 2004, o país passou por grande instabilidade política, que levou à ocupação militar por missão da ONU. Em 2010, uma sequência de terremotos agravou a situação do Haiti.

Atividades

Leia as perguntas abaixo e responda em seu caderno de Geografia.

Questão 1 – Escreva o conceito das palavras Estado, nação, país e território.

Questão 2 – O que podemos estudar por meio das regionalizações?

Questão 3 – Quais são as 05 formas de regionalização apresentadas neste estudo?


Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento:(EAJAGE0707) Compreender conceitos vinculados a territorialidades político-administrativas. 
(EAJAGE0708) Analisar as diferentes regionalizações mundiais em diferentes contextos históricos na perspectiva do desenvolvimento e do crescimento econômico. 
Referências:DELLORE, Cesar Brumini. Araribá Mais: Geografia. Editora Moderna, 1ª Ed, São Paulo, 2018. 6º ao 9º. PNLD 2020.