Esta proposta de atividade de CIÊNCIAS DA NATUREZA é destinada aos estudantes do 6º período da Educação de Jovens e Adultos – EJA
ASTRONOMIA E ORIGEM DO UNIVERSO
A observação dos astros nos remonta a diversas civilizações antigas, mas também está presente na contemporaneidade. Isso permite com que possamos conhecer mais sobre nós mesmos e nosso planeta: a composição do tempo, a manifestação das estações do ano, o comportamento de diversos animais, o fenômeno das marés – e até mesmo, para os adeptos, prever acontecimentos e identificar comportamentos, através da astrologia.
A Astronomia é considerada a mais antiga de todas as ciências. Ela estuda o Universo, suas galáxias e corpos celestes, possibilitando também explorar explicações sobre a sua origem. Ela se baseia em modelos teóricos complexos e observações rigorosas, por meio de viagens espaciais, satélites, telescópios, câmeras com alta tecnologia, dentre outros recursos.
Uma das áreas da Astronomia, chamada Cosmologia, se debruça sobre a estrutura, evolução e origem do Universo. A teoria científica que explica essa gênese é a teoria do Big Bang. Segundo ela, o Universo surgiu de uma explosão primordial há cerca de 13,8 bilhões de anos, marcando o início de tudo o que conhecemos: matéria, energia, espaço e tempo emergiram dali. Desde então, ele tem passado por uma significativa jornada de expansão e evolução, formando galáxias, estrelas, planetas e todos os fenômenos cósmicos que observamos hoje.
Estrelas e constelações desempenham importantes papéis na nossa narrativa cósmica. As estrelas são os elementos básicos do Universo, responsáveis por gerar luz e calor aos planetas que por eles orbitam. Elas se agrupam em galáxias, como a Via Láctea (nossa galáxia, que abriga bilhões de estrelas, incluindo o nosso Sol). As constelações, por sua vez, são padrões aparentes de estrelas no céu noturno, que foram identificadas e nomeadas ao longo da história humana.
Diversas culturas ao redor do mundo desenvolveram suas próprias interpretações ao observar o céu. Seja em contextos mitológicos, apresentando lições de virtude humana, ou mesmo como orientação espacial, criação de calendários e até mesmo inspiração artística. Assim, o estudo da Astronomia nos ajuda a compreender não apenas a natureza fundamental das leis físicas que governam o cosmos, mas nossa própria origem e lugar no Universo – tanto como espécie quanto enquanto indivíduos.
QUESTÃO 1
Observar o céu e os astros não é algo recente. Diversas civilizações e povos, ao longo do tempo, puderam definir rotinas e escolhas a partir dessa prática. Sobre as estrelas e constelações, é correto afirmar que
(A) constelação é o conjunto de estrelas situadas que estão muito próximas entre si, no Universo.
(B) estrelas formam figuras que, ligadas por linhas imaginárias, podemos ver daqui da Terra.
(C) após definida por um determinado povo, uma constelação permanece com esse nome.
(D) As constelações são agrupamentos de planetas que podem ser vistos a olho nu à noite.
QUESTÃO 2
Leia abaixo um trecho do texto de Letícia Rioga, do Espaço do Conhecimento, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Constelações como expressão da cultura dos diferentes povos
Naquela época, as pessoas acreditavam que todos os fenômenos que aconteciam, na Terra ou no céu, estavam ligados aos deuses, por isso é simples entender que a maioria dos desenhos observados no céu remetiam a divindades de diversos povos e culturas. Muitas vezes, o céu foi usado para contar histórias de uma mitologia complexa, exemplificada por meio dos desenhos no céu. Algumas das histórias eram carregadas de ensinamentos passados de geração em geração. Além de deuses, foram representados diversos seres vivos e objetos em constelações diferentes.
Cada povo sempre olhou o céu de sua forma, criando suas próprias constelações. Com isso, existiam conjuntos de estrelas que pertenciam a constelações diferentes e que poderiam estar associadas a significados diferentes. Estudar as constelações de diferentes povos é também uma forma de estudar a sua cultura.
No século XX, surgiu a necessidade de se criar um sistema universal de constelações, para que todos reconhecessem o céu da mesma forma. Desse modo, em 1929, a União Astronômica Internacional (IAU) dividiu o céu em 88 regiões, que seriam identificadas com o auxílio de um desenho. A maioria das constelações escolhidas por eles estavam associadas à mitologia grega. Diferente do que é entendido em algumas culturas astronômicas, nessa divisão uma estrela não poderia fazer parte de mais de uma constelação. Definiu-se também que a constelação não é somente o desenho, mas que, na verdade, o céu está dividido por linhas imaginárias e o desenho é usado para identificar cada região no céu, de modo que mesmo se uma estrela não fizer parte do desenho, ainda assim, faz parte da constelação.
Fonte: RIOGA, Letícia. Como surgiram as constelações? Espaço do Conhecimento – UFMG. Disponível em https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/como-surgiram-as-constelacoes. Acesso em 01/04/2024.
Qual é a sua opinião sobre a padronização das constelações pela IAU (União Astronômica Internacional)? Para você, ela é importante, por facilitar a identificação das estrelas? Ela desconsidera fatores culturais de diferentes povos? Exponha as suas ideias, fundamentando sua argumentação.
QUESTÃO 3
É correto afirmar que, segundo o calendário cósmico, o Big Bang ocorreu
(A) no dia 01 de janeiro.
(B) no ano anterior.
(C) em 31 de dezembro.
(D) em nenhuma data.
QUESTÃO 4
O Universo foi e é tema de cartas de amor, textos filosóficos, músicas, poemas, enfim. Veja abaixo um famoso soneto de Olavo Bilac:
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas."
A) Qual é a relação entre estrelas e o Sol, que aparecem de forma antagônica na obra de Bilac, em “E, ao vir do sol, saudoso e em pranto/Inda as procuro pelo céu deserto [as estrelas]”?
B) Por que esse poema de Olavo Bilac é considerado um soneto?
C) Cite as rimas contidas na primeira estrofe.
D) Quantos versos há na última estrofe desse poema?
SAIBA MAIS
Você sabia que as bandeiras da nossa bandeira nacional representam os Estados brasileiros? Você sabe qual foi a lógica adotada para a posição de cada uma delas? O vídeo da professora Mariana Araguaia abordará esses temas.
| Autoria | Mariana Araguaia |
| Formação | Ciências Biológicas |
| Componente curricular | Ciências da Natureza |
| Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento | (EJACI0620) Compreender a Astronomia como ciência que explica a origem do Universo e conhecer os modelos cosmológicos. |
| Referências | BRASIL. Astrologia não é Ciência. Instituto de Física. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em <https://www.if.ufrgs.br/ast/astrologia.htm#:~:text=Quando%20a%20astrologia%20come%C3%A7ou%2C%20no,dos%20reis%20e%20das%20na%C3%A7%C3%B5es>. 01/04/2024. CARNEVALLE, M. R. Araribá Mais Ciências: 9º ano. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2018. GOIÂNIA. Documento Curricular para a Rede Municipal de Goiânia – EJA. Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Goiânia, 2023. 235p. Disponível em <https://sme.goiania.go.gov.br/site/index.php/institucional/documentos-oficiais-2/category/24-eja?download=425:documento-curricular-para-a-rme-de-goiania-eja>. Acesso em 01/04/2024. HIRANAKA, R. A. B.; HORTENCIO, T. M. de A. Inspire Ciências: 8º ano. 1. ed. São Paulo: FTD, 2018. LONGHINI, M. D. Será o Cruzeiro do Sul uma Cruz? Um Novo Olhar sobre as Constelações e seu Significado. Network for Astronomy School Education. Disponível em <https://tinyurl.com/y3swyvyy>. Acesso em 01/04/2024. MILONE, A. de C.; WUENSCHE, C. A.; RODRIGUES, C. V.; D’AMICO, F.o; JABLONSKI, F. J.; CAPELATO, H. V.; BRAGA, J.; CECATTO, J. R.; BOAS, J. W. V.; AGUIAR, O. D.; MIRANDA, O. D. Introdução à Astronomia e Astrofísica. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, 2018. Disponível em <http://www.inpe.br/ciaa2018/arquivos/pdfs/apostila_completa_2018.pdf>. Acesso em 01/04/2024. OBSERVATÓRIO Juventude C&T. Astronomia. Fiocruz. Disponível em <http://www.juventudect.fiocruz.br/categoria-ciencia/ciencias-exatas-e-da-terra/astronomia>. Acesso em 02/04/2024. SILVA, J. C. da R.; ROSA, C. T. W.; DIAS, J. F. Calendário Cósmico e a Física Nuclear. UFP – PPGECM. Disponível em <https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/432903/2/Calend%C3%A1rio%20C%C3%B3smico%20e%20F%C3%ADsica%20Nuclear.pdf>. Acesso em 01/04/2024. |