Esta proposta de atividade de CIÊNCIAS DA NATUREZA é destinada aos estudantes do 6º período da Educação de Jovens e Adultos – EJA
ASTRONOMIA E CALENDÁRIOS
A relação entre Astronomia e a construção de calendários nos remonta aos primórdios da civilização. A observação dos corpos celestes não apenas serviu como um guia para marcar o passar do tempo, mas desempenhou também um papel crucial na estruturação das sociedades antigas.
A Astronomia fornece as ferramentas para medir o tempo de maneira precisa: desde o movimento aparente do Sol, que define os dias e as estações, até a órbita lunar que molda os meses. Nas culturas antigas, os sábios que entendiam os padrões celestes tornaram-se frequentemente conselheiros, criando ou adequando os calendários de acordo com os ciclos astronômicos.
Calendários utilizados pelos babilônios, egípcios e hebreus integravam cuidadosamente os movimentos da Terra em relação ao Sol e da Lua. Por esse motivo, são chamados de lunissolares. Essa harmonização cósmica não era apenas uma expressão de conhecimento astronômico, mas também uma tentativa de alinhar as práticas culturais com o cosmos. Festivais, colheitas e rituais religiosos eram marcados por eventos astronômicos, como solstícios e equinócios.
Os maias, por exemplo, criaram um calendário complexo que combinava ciclos solares e lunares. Sua precisão era notável, refletindo uma profunda compreensão da astronomia. O famoso “Calendário Maia” não apenas guiava os eventos cotidianos, mas também incorporava concepções cosmológicas em sua estrutura, revelando forte conexão entre o divino e o mundano.
A influência da Astronomia na construção dos calendários persiste, atualmente. O calendário gregoriano, amplamente utilizado no mundo ocidental, é um testemunho direto dessa influência. Suas nuances, como os anos bissextos, são ajustes precisos inspirados pela Astronomia.
O nome “Gregoriano” é derivado do Papa Gregório XIII, que promulgou a reforma. O Calendário Gregoriano foi adotado para corrigir a discrepância entre o ano solar (o tempo que a Terra leva para orbitar o Sol) e o ano do calendário anterior, o Juliano, que tinha aproximadamente 365,25 dias.
O Calendário Juliano introduziu um ano bissexto a cada quatro anos para compensar essa fração, mas isso resultava em um ano médio de 365,25 dias (um pouco mais longo do que o ano solar real). Para corrigir tal diferença, o Calendário Gregoriano ajusta o sistema de anos bissextos. No Calendário Gregoriano, um ano é bissexto se for divisível por 4, exceto anos que são divisíveis por 100 mas não por 400. Isso significa que anos como 1700, 1800 e 1900 não são bissextos, mas o ano 2000 é bissexto – assim como 2024, 2024, 2028, 2032 e 2036. Tais ajustes, refinados, garantem uma aproximação mais precisa do ano solar, reduzindo significativamente o desvio acumulado ao longo do tempo.
Essa reforma foi inicialmente adotada pelos países católicos e, ao longo do tempo, foi amplamente aceita em nível global, tornando-se o calendário civil padrão em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil.
QUESTÃO 1
Ao observar o céu, a humanidade pôde estabelecer medidas de tempo e guiar o seu dia a dia. Nesse sentido, é correto afirmar que o movimento de translação corresponde a
(A) um dia (24 horas).
(B) a uma semana.
(C) a um ano (356 dias).
(D) uma estação do ano.
QUESTÃO 2
Leia a seguir uma importante colocação sobre a astronomia indígena, proferida pelo astrônomo Germano Afonso:
Há milênios, o homem observou que havia variações no clima e que os animais, as flores e os frutos eram influenciados pelas estações do ano. Assim, ele começou a registrar os fenômenos celestes, principalmente os movimentos aparentes do Sol, da Lua e das suas constelações, para auxiliar na sobrevivência em sociedade. Pela observação do céu, os indígenas determinavam o tempo das chuvas, do plantio e da colheita, a duração do dia, mês, ano e das marés. Associam as fases da Lua com a agricultura local, para o controle natural das pragas. Desenhavam no céu suas constelações, fazendo do firmamento o esteio de seu cotidiano. Segundo os pajés, a terra nada mais é do que um reflexo do céu. Assim, o conhecimento do céu auxilia na sobrevivência em sociedade e está intrinsicamente ligado à cultura indígena, tais como, em seus mitos, rituais, músicas, danças e artes.
AFONSO, Germano Bruno. O céu dos índios do Brasil. Anais da 66ª Reunião Anual da SBPC. Rio Branco, 2014. Disponível em https://www.sbpcnet.org.br/livro/66ra/PDFs/arq_1506_1176.pdf. Acesso em 07/12/2023.
(A) admirar as estrelas.
(B) criar horóscopos.
(C) plantar e colher.
(D) analisar o passado.
QUESTÃO 3
Sobre os calendários lunissolares, analise as frases a seguir:
I. Foram utilizados pelos babilônios, egípcios e hebreus.
II. Integravam os movimentos do Sol e da Lua.
III. Nosso calendário atual é lunissolar.
Sobre as frases acima, apontamos enquanto correta(s)
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I e III.
(D) I, somente.
QUESTÃO 4
O Calendário Juliano, introduzido por Júlio César em 45 a.C., é um sistema de calendário solar caracterizado por um ano de 365,25 dias distribuídos em 12 meses. Baseava-se no ciclo solar, mas mantinha um ano bissexto a cada quatro anos. Uma curiosidade interessante é que o ajuste para o ano bissexto no Calendário Juliano era feito adicionando um dia extra a cada quatro anos.
A) Qual é o nome do calendário utilizado por nós, na atualidade?
B) Por qual motivo houve mudança do Calendário Juliano para o adotado atualmente?
Autoria | Mariana Araguaia |
Formação | Ciências Biológicas |
Componente curricular | Ciências da Natureza |
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento | (EJACI0621) Relacionar a Astronomia e a construção dos calendários. |
Referências | AFONSO, Germano Bruno. O céu dos índios do Brasil. Anais da 66ª Reunião Anual da SBPC. Rio Branco, 2014. Disponível em https://www.sbpcnet.org.br/livro/66ra/PDFs/arq_1506_1176.pdf. Acesso em 07/12/2023 CARNEVALLE, Maíra Rosa. Araribá Mais Ciências: 9º ano. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2018. GOIÂNIA. Documento Curricular para a Rede Municipal de Goiânia – EJA. Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Goiânia, 2023. 235p. Disponível em https://sme.goiania.go.gov.br/site/index.php/institucional/documentos-oficiais-2/category/24-eja?download=425:documento-curricular-para-a-rme-de-goiania-eja. Acesso em 30/06/2023. HIRANAKA, Roberta Aparecida Bueno; HORTENCIO, Thiago Macedo de Abreu. Inspire Ciências: 8º ano. 1. ed. São Paulo: FTD, 2018. NOGUEIRA, Pablo. O homem que mapeia o céu dos índios. Vice. Disponível em https://www.vice.com/pt/article/nzdjqk/astronomo-germano-afonso-homem-que-mapeia-o-ceu-dos-indios. Acesso em 07/12/2023. |