Esta proposta de atividade de ARTE – MÚSICA é destinada aos estudantes da 7ª Série da Educação de Jovens e Adultos – EJA
PERCUSSÃO CORPORAL
A música, o som e o ritmo fazem parte de nosso cotidiano. Podemos perceber sons e ritmos, melodias e harmonias na gota de água que pinga da torneira, no vento que sopra, nos passos das pessoas que passam apressadas pelas ruas da cidade, no cantar dos pássaros, na construção, dentre tantos outros.
No contexto escolar, a percussão corporal é uma prática que pode ser utilizada, entre outras finalidades, como recurso sonoro e musical para produzir sons, utilizando o próprio corpo, sem precisar de nenhum instrumento. Utiliza-se uma mistura de técnicas e movimentos como: sons produzidos pela boca, estalos de dedos, sapateados, diferentes batidas de palmas em áreas do corpo como peito e coxas.
A percussão corporal é desenvolvida dentro de estilos presentes em diversas manifestações culturais ao redor do Brasil e do mundo, conforme seu tipo de técnica e nível de complexidade. Por exemplo, o Gumboot, o Stepping e o Hambone.
O Gumboot é uma dança de origem africana que utiliza percussão nas botas e galochas que eram utilizadas por trabalhadores em minas de ouro.
O Stepping, estilo americano, além de passos e palmas, é composto por gritos de guerra.
O Hambone é uma técnica inventada pelos escravos americanos do século XIX.
Na cultura brasileira, diferentes tipos de percussão corporal podem ser encontrados nos Trupés de Coco, Catira, nos Torés indígenas, etc.
Vale lembrar que a percussão corporal não surgiu recentemente. Existia desde a época dos primeiros seres humanos, que utilizavam o corpo para imitar os sons da natureza e dos animais. Com o tempo foi se aperfeiçoando e melhorando suas técnicas sonoras.
Os escravos também já utilizavam a percussão corporal para a produção de sons como meio de comunicação entre eles, pois não podiam usar nenhum tipo de instrumento musical. Eles usavam técnicas como leves tapas no peito, coxas e pernas, combinados com batidas dos pés no chão e palmas.
Na atualidade, Barbatuques se tornou um dos principais grupos de percussão corporal que utilizam o próprio corpo como instrumento musical.
Corpo: instrumento musical
Grupo Barbatuques
Barbatuques é um grupo musical paulistano formado por 13 integrantes. Foi fundado em 1995 e o nome do grupo vem do sobrenome do seu idealizador, o artista Fernando Borba. No decorrer de sua trajetória, Fernando realizou pesquisas e criações explorando timbres e procedimentos criativos em experiências coletivas e individuais com alguns amigos que, como ele, estudavam música, culminando numa abordagem da música corporal. Atualmente pesquisa e desenvolve a partir das experiências dos próprios integrantes do grupo, suas composições, técnicas de percussão corporal, percussão vocal e improvisação musical.
O grupo Barbatuques utiliza as onomatopeias – formações de palavras que expressam sons. São classificadas como uma associação ao som, porém não de forma rígida, na sua maioria, pois cada um pode interpretar o som e escrever um conjunto de letras que se aproxime dele. Veja o exemplo,
[…]
Tum Pá
Tum Pá Tum
Pá Tum
Pá Tum Pá
(Trecho da música “Tum Pá” – Canção de Barbatuques)
Fonte: Musixmatch Compositores: Lu Horta
Suas músicas são repletas de ritmos e timbres extraídos do corpo dos artistas, que criam sons com assobios, estalos dos dedos, efeitos sonoros com a boca, com batidas em partes do corpo, sapateado, canto, etc.
Sua forma inovadora de fazer música e as inúmeras possibilidades de extrair os sons do corpo tornaram o grupo Barbatuques reconhecido no meio artístico, tanto no Brasil quanto no mundo como uma estética contemporânea.
Se tornaram, ainda, uma importante ferramenta educacional cada vez mais utilizada em escolas brasileiras, pela facilidade de aplicação, simplicidade e baixo custo para as instituições, pois o grupo propõe atividades que desenvolvem a criatividade, a coordenação psicomotora, a percepção de si mesmo e do outro.
Barbatuques percorre o Brasil e o exterior com uma agenda regular de shows e oficinas em empresas, escolas, fundações culturais, instituições educacionais e grandes eventos.
Entre os trabalhos mais recentes, destacam-se a participação na trilha sonora do filme “Rio 2”, trilha sonora do premiado filme “O Menino e o Mundo” e atuou na coordenação e preparação de todo o elenco da Rede Globo para o vídeo-clipe “Um Novo Tempo”, a tradicional mensagem de fim de ano da emissora.
VAMOS RESPONDER ALGUMAS QUESTÕES?
QUESTÃO 1
- Você considera importante ter aulas de música na escola?
- Na sua escola tem aulas de música?
QUESTÃO 2
Corpo instrumento
Atividade 1: Organize um círculo com os seus colegas. Escolha alguém da turma ou o professor para ser o regente. Ao sinal determinado pelo regente e durante exatamente um minuto, todos deverão realizar seus sons ou suas sonoridades (assobios, estalos dos dedos, efeitos sonoros com a boca, com batidas em partes do corpo, sapateado, canto etc.), podendo modificá-las à vontade e mudar de uma para outra sonoridade qualquer.
Os sons ou as sonoridades deverão ser crescentes, ou seja, saírem da intensidade mais baixa possível até atingirem a mais alta, no final do tempo.
Atenção: A realização de um som ou sonoridade em alta intensidade não quer dizer gritar.
SAIBA MAIS – ARTE – DANÇA – VIDEODANÇA
Acesso em 17, nov. 2022.
Acesso em 17, nov. 2022.
Acesse os materiais referentes a essa atividade clicando na imagem abaixo:
| Componente Curricular | Arte – Modalidade -Música |
| Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento | (EAJAAR0762) Experimentar, explorar sons vocais e corporais, empregando-os individualmente ou em grupo, em criações e interpretações. |
| Referências | LOPES, N.F.C. A música no desenvolvimento da leitura e escrita na educação infantil. Dissertação (Mestrado em Psicologia Educacional), Curso de Pós-graduação em Psicologia Educacional, Centro Universitário FIEO, Osasco, 2014. MICHELON, A. S. Percussão corporal: uma proposta didática a partir do ensino criativo de Murray Schafer. Trabalho de Conclusão de Conclusão–Licenciatura em Arte-Educação. Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. Guarapuava, 2011. SIMÃO, J.P. Música corporal e o corpo do som: um estudo dos processos de ensino da percussão corporal do Barbatuques. Dissertação (Mestrado) em Educação. Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2013. |