Esta proposta de atividade de ARTE – ARTES VISUAIS é destinada aos estudantes da 7ª Série da Educação de Jovens e Adultos – EJA
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O que é isso?
Um amontoado de coisas?
Será uma torre?
Será uma escultura?
Será uma instalação?
De qual material foi feito? Madeira, plástico, vidro…
Você reconhece os objetos utilizados?
A imagem representa a instalação “Babel” de Cildo Meireles. O artista elaborou um empilhamento que coloca 900 rádios, numa estrutura medindo 5m (altura) e 3m (largura), organizados pelos mais antigos na base desta torre e gradativamente seguindo uma linha do tempo das tecnologias desses aparelhos, até chegar aos mais recentes da data da criação da instalação, que aconteceu no período de 2001 a 2006 na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
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Esta imagem também representa uma torre, a “Torre de Babel” de Pieter Bruegel, o velho. Trata-se de um painel pintado com tinta a óleo e mede 114cm x 155cm. A história conta que, em uma cidade, as pessoas resolveram construir uma torre muito alta para conseguir chegar até os céus e falar com Marduck, um deus poderoso que podia ver e ouvir tudo. Ao construir a torre, as pessoas acreditavam que poderiam atravessar o Babel (palavra em hebraico que significa portal de Deus) para falar com Marduck. Assim, esse deus soprou um vento muito forte e derrubou a torre. Depois, fez com que cada pessoa começasse a falar em uma língua diferente e ordenou que todos se espalhassem pelo mundo e ensinassem esses diferentes idiomas às futuras gerações.
Artistas como Cildo Meireles utilizam recursos tecnológicos para aumentar sua capacidade de se expressar e buscam causar surpresa e impacto, chamando a atenção para o sentido da obra, como podemos perceber na instalação “Babel”.
Dessa forma, a arte tecnológica tenta mostrar como a tecnologia e seus dispositivos substituem os materiais utilizados na produção da arte tradicional e como se infiltraram silenciosamente em nossas vidas, alterando costumes e ampliando nossa visão do mundo, sendo utilizada também na reflexão acerca das novas questões cotidianas, emocionais e filosóficas. Telas, pincéis, quadros e esculturas passaram a concorrer com uma arte virtualizada, conectada e interativa.
A relação entre arte e tecnologia
Historicamente, a arte sempre esteve de mãos dadas com a tecnologia. Nunca houve essa divisão entre arte e tecnologia, pois o processo de criação de tecnologias e obras artísticas é muito parecido.
Desde a invenção da escrita, das primeiras técnicas de representação por imagem e som, ao uso de materiais inovadores até as diversas formas de tecnologia digitais, as artes sempre utilizaram a tecnologia como ferramenta para transformar as formas de expressão e interação humana.
O interesse do artista por certos temas, problemas ou a curiosidade sobre certos tipos de material os levam a pesquisar sobre maneiras de como utilizá-los para expressar ideias, emoções, críticas ou gerar interações inéditas entre as pessoas e sua arte. Assim, vários artistas usam a tecnologia em suas obras para fazer pensar sobre a nossa relação com a própria tecnologia e os usos que fazemos dela.
Vários artistas ao redor do mundo têm integrado a tecnologia às suas obras de arte, tanto para proporcionar uma maior interação da arte com o público quanto como forma de reflexão sobre como a tecnologia pode afetar nossas vidas. Vejamos alguns exemplos:
Cildo Meireles – a sua trajetória de criação artística apresenta a preocupação com os questionamentos sobre as pessoas, a sociedade, seus objetos e invenções e as realidades do mundo. Para o artista carioca, a arte precisa estar em sintonia com o tempo.
Nam June Paik – considerado o pai da videoarte (forma artística capaz de unir som e imagem de maneira diferente da convencional), o artista coreano, conhecido por criar esculturas monumentais compostas por televisões de tubo, foi a primeira pessoa a trazer a TV e o cinema para dentro das galerias de arte.
Otávio Donasci – Desenhista, cartunista, performer, diretor de arte e com pesquisa poética voltada à tecnologia, Otávio Donasci é paulistano, considerado um artista multimídia e muito conhecido por suas Videocriaturas. Donasci, utiliza em suas obras imagens reproduzidas em aparelhos de televisão com gestos e movimentos do corpo dos atores ao vivo, misturando várias linguagens. As imagens e as gravações são previamente editadas em vídeos digitais.
Suas Videocriaturas são resultados de pesquisas envolvendo como usar equipamentos eletrônicos e o corpo humano na criação artística. Nasceu do caminho percorrido na imagem (desenhado e depois em movimento) e do desenho migrou para a fotografia, para o cinema e para o vídeo.
Com o avanço das novas tecnologias, além das criações artísticas, também podemos visitar os acervos de grandes museus do mundo, de forma detalhada. Além de conhecer obras de artistas em lugares remotos e tornar isso possível a grandes massas, o que antes só era possível de forma presencial ou pelos livros.
Alguns links de museus para visitas virtuais:
https://www.vatican.va/various/cappelle/sistina_vr/index.html
https://www.vangoghmuseum.nl/nl/kunst-en-verhalen/vincents-leven-1853-1890
https://artsandculture.google.com/usergallery/wwIyoe5mYvptIA
VAMOS RESPONDER ALGUMAS QUESTÕES?
QUESTÃO 1
- Observando a instalação “Babel” de Cildo Meireles e a pintura “Torre de Babel” de Pieter Brugel, que relação você consegue estabelecer entre essas obras?
- Por que Cildo Meireles escolheu chamar sua obra de Babel? Que assuntos podem estar contidos como temas em sua instalação?
QUESTÃO 2
- Observando as imagens das Videocriaturas e da instalação “Babel”, você percebe a relação com as tecnologias no cotidiano e na arte?
- As invenções do rádio e da televisão com certeza mudaram a maneira das pessoas se comunicarem no passado. E hoje com a internet e os celulares, houve mudanças em relação ao passado?
- E a arte, também se transformou? Você acredita que essas mudanças relacionadas a novas tecnologias nos libertam ou escravizam?
QUESTÃO 3
CRIANDO VIDEOCRIATURAS
Na década de 1980, quando Otávio Donasci começou a criar suas obras tecnológicas, a tecnologia que ele tinha à disposição eram televisores, aparelhos de videocassete e fitas de vídeo. Hoje, ele inovou no uso de materiais.
Podemos elaborar nossos seres tecnológicos usando tablets e celulares.
Vamos criar VideoCriaturas?
Atividade 1: Organize grupos com os colegas e façam uma pesquisa sobre os materiais disponíveis (celular, tablet, outros). Selecione alguns tecidos, de preferência pretos ou de tons escuros e também um elástico.
Atividade 2: Escolha um texto, poema, trecho de música ou algo de que goste e possa ser falado. Gravem as falas escolhidas, filmando todo o rosto, ou somente alguma das partes (olhos, boca).
Atividade 3: Edite o vídeo criando uma sequência de falas gravadas, variando entre um e outro colega. Brinquem com essa ideia e criem vídeos bem expressivos.
Atividade 4: Amarre o aparelho que foi escolhido para a gravação num elástico e prenda em alguma parte do corpo (cabeça, barriga, braço, pescoço, outros), ou seja, onde querem que a videocriatura mostre o rosto, uma vez que os vídeos serão a expressão facial eletrônica dela.
Atividade 5: Cubram o corpo com o tecido escuro, deixando de fora apenas o aparelho disponível para mostrar os vídeos.
Atividade 6: Conversem entre vocês e vejam o que acharam da experiência.
SAIBA MAIS – ARTE – DANÇA – VIDEODANÇA
Acesse os materiais referentes a essa atividade clicando na imagem abaixo:
Componente Curricular | Arte – Modalidade -Artes Visuais |
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento | (EAJAAR0729) Planejar e elaborar formas de registros, sistematizações e comunicação sobre as experiências vividas nos diferentes espaços e instituições promotoras de arte e cultura. |
Referências | LEVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência. São Paulo, Editora 34, 1996. ___________ O que é virtual. São Paulo, Editora 34, 1996. ___________ Cibercultura. São Paulo, Editora 34, 1997. PILLAR, Analice Dutra; VIEIRA, Denyse. O Vídeo e a Metodologia Triangular no ensino da arte. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul/ Fundação Iochpe, 1992. |