Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base o DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental.

Estudo da continuidade de um texto
Ao produzir um texto argumentativo, não basta ao escritor apresentar uma opinião: é preciso organizá-la de forma clara, lógica e convincente. Para isso, é importante que o autor empregue em seu texto recursos linguísticos de coesão, tais como palavras ou expressões que indicam as relações de sentido entre as ideias, orientam o leitor e garantem a progressão temática.
Essas palavras e locuções ajudam a mostrar, por exemplo, quando damos início a uma ideia, quando a ampliamos, quando contrapomos argumentos ou quando concluímos o raciocínio. Sem eles, o texto se torna fragmentado, confuso e pouco persuasivo. Por sua vez, eles guiam o leitor do início ao fim da leitura, mostrando como cada parte contribui para o desenvolvimento da tese.
Alguns exemplos comuns são: primeiramente, em primeiro lugar, além disso, por outro lado, no entanto, em contrapartida, portanto, assim, finalmente, em conclusão, desse modo, entre outros. Veja as relações que eles estabelecem no texto para promover sua continuidade:
a) Sequência e ordenação: usados para apresentar argumentos organizadamente. Por exemplo, primeiramente, em segundo lugar, por fim.
b) Adição: servem para ampliar a ideia anterior. Por exemplo: além disso, também, do mesmo modo.
c) Oposição / contraste: indicam mudança de direção argumentativa. Por exemplo: porém, no entanto, entretanto, por outro lado.
d) Causa e consequência: esclarecem razões ou resultados. Por exemplo: porque, portanto, assim, desse modo.
e) Conclusão: fecham o texto retomando a tese e os argumentos. Por exemplo: em conclusão, finalmente, dessa forma.
Veja o exemplo a seguir:
O uso do celular na escola
Primeiramente, é importante reconhecer que os celulares fazem parte do cotidiano dos estudantes e podem ser aliados no processo de aprendizagem. Aplicativos de pesquisa, dicionários digitais e plataformas educacionais ampliam o acesso ao conhecimento e tornam as aulas mais dinâmicas. Além disso, muitos alunos apresentam maior engajamento quando utilizam recursos tecnológicos, o que contribui para o desenvolvimento de habilidades digitais essenciais no século XXI.
Por outro lado, o uso indiscriminado do celular pode prejudicar a concentração e reduzir o desempenho escolar. Mensagens, notificações e redes sociais funcionam como distrações constantes, desviando a atenção do conteúdo trabalhado em sala. No entanto, esse problema pode ser amenizado com regras claras, orientação docente e propostas pedagógicas que integrem o celular de forma responsável.
Em conclusão, o celular não deve ser visto como vilão, mas como ferramenta. Assim, cabe às escolas estabelecer limites e promover um uso pedagógico consciente, garantindo que a tecnologia contribua para a aprendizagem em vez de atrapalhá-la.
Observe que o texto é iniciado com primeiramente, sinalizando o início da argumentação. O operador Além disso acrescenta outro argumento do mesmo eixo positivo. Já por outro lado e no entanto introduzem contraposição aos argumentos apresentados anteriormente, promovendo uma mudança argumentativa a favor de uma tese do texto.
Em conclusão e assim fecham o raciocínio, reafirmando a tese principal do texto. Resultado: progressão temática clara e coerente.
Além da função estrutural, esses operadores de coesão desempenham um papel fundamental na clareza argumentativa. Quando o autor utiliza expressões como no entanto, por outro lado ou entretanto, o leitor imediatamente percebe que uma perspectiva oposta será apresentada. Isso evita interpretações equivocadas e mantém o texto dentro de uma lógica discursiva bem amarrada. A ausência desses conectores pode fazer com que o leitor tenha dificuldade para identificar quando há mudança de posicionamento ou quando um novo argumento é introduzido, prejudicando a compreensão global.
Outro aspecto importante é que os operadores contribuem para a construção do encadeamento lógico, isto é, a relação de causa, consequência e conclusão entre as ideias. Expressões como portanto, assim e desse modo ajudam a marcar a relação entre o argumento e o resultado ou interpretação que decorre dele. Com isso, o texto ganha força persuasiva, pois o leitor entende claramente a progressão do raciocínio: primeiro vem a tese, depois os argumentos, e, por fim, as conclusões que se sustentam nos pontos apresentados. Essa organização é essencial para que o texto argumentativo cumpra sua função social: convencer, refletir, analisar criticamente.
Os operadores também revelam o grau de maturidade e planejamento do texto. Conectores de adição, como além disso, do mesmo modo e igualmente, demonstram que o autor consegue desenvolver um mesmo eixo argumentativo em etapas, adicionando informações complementares que fortalecem sua posição. Já os operadores que indicam explicação e exemplificação, como por exemplo e isto é, são fundamentais para detalhar ideias e tornar os argumentos mais concretos. A presença desses conectores mostra que o autor não apenas tem uma opinião, mas é capaz de defendê-la com fundamentação.
Por fim, é importante destacar que o uso adequado desses operadores contribui para a coerência global do texto. Isso significa que cada parte se relaciona harmonicamente com o todo, sem contradições, repetições desnecessárias ou saltos lógicos. O estudante que domina os conectores cria textos fluidos, que “conversam” com o leitor desde o início até a conclusão. Assim, o leitor consegue acompanhar o percurso argumentativo sem esforço, compreendendo não apenas o que o autor pensa, mas também por que ele pensa daquela forma. Em síntese, o uso consciente e estratégico dos operadores é uma competência essencial para quem deseja escrever textos argumentativos claros, organizados e convincentes.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
Leia o seguinte texto para responder às questões 1 a 5.
A importância da leitura na formação juvenil
A leitura é uma das práticas mais importantes para o desenvolvimento intelectual dos jovens. Em primeiro lugar, porque amplia o vocabulário e melhora a capacidade de interpretação, habilidades essenciais para o desempenho escolar. Em segundo lugar, o contato frequente com textos literários e informativos estimula a imaginação e o pensamento crítico, permitindo que o estudante conheça outras culturas, pontos de vista e realidades.
Entretanto, apesar de sua importância, muitos jovens ainda leem pouco. A falta de incentivo familiar, o acesso limitado a livros e a concorrência com outras mídias tornam o hábito da leitura menos frequente. Porém, projetos de leitura, clubes literários e bibliotecas escolares ativas podem reverter esse cenário, criando ambientes atrativos que aproximam o jovem do universo literário.
Finalmente, promover a leitura significa ampliar horizontes e formar cidadãos mais reflexivos e participativos. Desse modo, incentivar esse hábito é uma responsabilidade compartilhada entre escola, família e sociedade.
QUESTÃO 1
Explique como os operadores “Em primeiro lugar” e “Em segundo lugar” contribuem para a organização e progressão temática do texto.
QUESTÃO 2
O termo “Entretanto”, no segundo parágrafo, estabelece entre as ideias uma relação de
(A) adição.
(B) conclusão.
(C) oposição.
(D) causa.
QUESTÃO 3
A expressão “Finalmente”, que inicia o terceiro parágrafo, indica que o texto está
(A) iniciando um novo argumento principal.
(B) estabelecendo uma explicação adicional.
(C) apresentando mais um exemplo no texto.
(D) caminhando para a conclusão da tese.
QUESTÃO 4
Segundo o texto, uma das causas que contribuem para que muitos jovens leiam pouco é
(A) a ausência de projetos de leitura.
(B) a obrigação escolar de ler livros longos.
(C) a concorrência com outras mídias.
(D) o excesso de bibliotecas nas escolas.
QUESTÃO 5
De acordo com a conclusão do texto, incentivar o hábito da leitura é uma responsabilidade de quem?
| Autoria: | Marlon Santos |
| Formação: | Letras – Português |
| Componente curricular: | Língua Portuguesa |
| Conteúdo(s)/Objeto(s) de conhecimento | Progressão textual |
| Habilidade estruturante: | (EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento e à forma de composição de textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/segundo/terceiro lugar, finalmente, em conclusão” etc.). |
| Descritor: | D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto. |
| Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 03, fev. 2025 CEREJA, Willian Roberto; CLETO, Ciley. Interpretação de textos: desenvolvendo a competência leitora 9º ano. São Paulo: Atual, 2013. |
