Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base o DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental.

Conjunção II
Você já sabe que a conjunção é a palavra invariável empregada para ligar elementos linguísticos como termos, frases e orações. Na maioria dos casos, a conjunção transmite noções semânticas à relação que estabelece, como aditiva, comparativa e opositiva.
No estudo normativo da sintaxe, há uma classificação sintática das conjunções em dois grupos principais:
Conjunções coordenativas — ligam orações com sentido equivalente ou independente (ex.: e, porém, pois).
Conjunções subordinativas — ligam uma oração que depende semanticamente da outra (ex.: porque, quando, embora).
Essa classificação das conjunções em coordenativas e subordinativas está ligada à análise sintática do enunciado. Apesar de as conjunções não exercerem função sintática, uma vez que são compreendidas como conectivos, elas são muito importantes para a análise do período composto. Isso se dá porque elas determinam que tipo de relação há entre as orações. Tanto é que atribuímos os nomes delas para as orações que introduzem. Por exemplo:
Bati no portão, porém ninguém o abriu.
No exemplo acima, há uma conjunção coordenativa adversativa, pois a conjunção “porém” marca a oposição/contraste entre a ação (bater no portão) e o resultado (não ser atendido). Logo, ela introduz uma oração coordenada adversativa.
Este texto trata das conjunções coordenativas.
As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações independentes ou termos da mesma função sintática, sem que uma dependa da outra. Elas podem indicar diferentes relações de sentido. Veja:
Conjunções Aditivas: expressam ideia de soma, acréscimo (e, nem, mas também, como também, bem como).
Maria gosta de ler, mas também de escrever.
Carol não fala nem ouve.
As conjunções “mas também” e “nem” unem duas informações autônomas, acrescentando a segunda à primeira. Não há oposição nem explicação, apenas a soma das ações.
Conjunções Adversativas: indicam contraste, oposição, compensação de ideias (mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, contudo).
Estudei bastante, mas não fui bem na prova.
A conjunção “mas” introduz um resultado contrário ao esperado: quem estuda, em geral, vai bem; porém, a oração seguinte quebra essa expectativa.
Conjunções Alternativas: exprimem escolha, alternância, exclusão entre ideias (ou…ou; ora…ora; quer…quer; seja…seja).
Ou você estuda, ou não passará no concurso.
Observe que o par “ou…ou” apresenta duas possibilidades excludentes: dedicar-se ou não ser aprovado.
Conjunções Conclusivas: introduzem uma consequência, conclusão ou resultado lógico — logo, portanto, por conseguinte, assim, então, pois (posposto ao verbo).
O aluno se esforçou muito, portanto foi aprovado.
Nesse exemplo, a conjunção “portanto” liga as duas orações estabelecendo relação de consequência: o esforço levou à aprovação.
Conjunções Explicativas: introduzem justificativa, explicação, causa da primeira oração — porque, que, pois (antes do verbo), porquanto.
Não saia agora, porque está chovendo.
A conjunção “porque” justifica a ordem anterior: a chuva é a razão de não sair.
Cada grupo de conjunções coordenativas cria um tipo específico de relação lógico-discursiva entre orações independentes. O domínio dessas conjunções ajuda a construir textos mais claros, além de facilitar a interpretação, já que o conector fornece uma pista de como as ideias devem ser compreendidas.
Por muito tempo, a escola tradicional “ensinava” as conjunções fazendo classificações fixas para cada uma delas. Acontece que as conjunções assumem diferentes significados a depender do contexto em que são usadas. Às vezes, até contraditórios. Por exemplo, um caso muito expressivo é a conjunção “e”, que é convencionalmente classificada como conjunção aditiva. Há exemplos em que o “e” sugere consequência, intensidade, sucessão temporal e até oposição, como é demonstrado no seguinte exemplo:
Pedro confirmou a presença e não compareceu.
Observem que neste exemplo a conjunção que é classificada como aditiva está exercendo um valor adversativo, algo muito diferente do convencional, podendo ser substituída facilmente pela conjunção “mas” ou “porém”. Por isso, antes de fazer classificações simplesmente, é preciso compreender em que contexto as palavras estão inseridas.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
Leia o seguinte texto para responder às questões.
SUS realiza seis em cada dez exames de imagem no Brasil, diz estudo
Planos de saúde fazem mais exames para cada 1 mil beneficiários
Tâmara Freire – repórter da Agência Brasil
Publicado em 22/09/2025 – 16:52
Rio de Janeiro
O Sistema Único de Saúde respondeu por 60% dos principais exames de imagem realizados no Brasil em 2023, somando mais de 101 milhões de procedimentos. No entanto, a proporção de exames para cada 1 mil usuários mostra que o acesso é ainda maior entre as pessoas que têm plano de saúde, apesar de ter havido melhora entre 2014 e 2023.
Naquele ano, a cada 1 mil usuários do SUS, foram realizados cerca de 634,41 exames. Já no setor privado, foram aproximadamente 1.323 procedimentos custeados pelos planos para cada grupo de 1 mil beneficiários.
Os dados são do Atlas da Radiologia no Brasil 2025, elaborado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, com base em informações oficiais do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os números englobam cinco tipo de exames: raio-x (exceto odontológico), mamografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
A base de usuários considerada no estudo é de 160,4 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS e de 51,2 milhões que possuíam plano de saúde em 2023.
A partir dessa base, o Atlas calculou a razão entre os exames realizados em cada situação e a quantidade de usuários, o que chamou de densidade. Além disso, criou um Indicador de Desigualdade Público/Privado (IDPP).
Desigualdade menor
A comparação anual mostra que a densidade no SUS aumentou e o IDPP caiu desde 2014 em quatro exames: raio-x, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Já no caso das mamografias, o movimento foi inverso entre 2014 e 2020. Nos anos seguintes, a desigualdade caiu, mas continuou maior em 2023 (3,54) do que em 2014 (3,23).
Isso significa que os usuários dos planos realizaram 3,54 vezes mais mamografias do que os do SUS. O exame é essencial para o diagnóstico do câncer de mama e deve ser realizado, inclusive, para o rastreamento da doença, mesmo quando não há sintomas.
No entanto, há divergência sobre a periodicidade recomendada. O Ministério da Saúde preconiza um exame a cada dois anos, para todas as mulheres entre 50 e 69 anos. Já o rol obrigatório da ANS garante às usuárias dos planos a mamografia de rastreio a partir dos 40 anos.
O menor IDPP, ou seja, a menor diferença entre o SUS e os planos de saúde, é encontrado no raio-x: 1,36. Já a maior desigualdade está na ressonância magnética: o exame foi realizado 13,13 vezes mais entre os beneficiários dos planos do que entre os usuários de serviços públicos.
O Atlas, no entanto, mostra que a densidade de ressonâncias no serviço público mais do que dobrou entre 2014 e 2023, saindo de 6,07 exames a cada 1 mil pessoas, para 13,80, o que fez o IDPP cair 30% no período.
Tâmara Freire. Agência Brasil. Publicado em 22/09/2025. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/sus-realiza-seis-em-cada-dez-exames-de-imagem-no-brasil-diz-estudo> Acesso em: 25, set. 2025
QUESTÃO 1
O primeiro parágrafo do texto aponta que, embora o Sistema Único de Saúde (SUS) tenha realizado a maior parte dos exames de imagem no Brasil em 2023, ainda existe desigualdade no acesso entre usuários do SUS e dos planos de saúde. Reflita sobre como esses números podem ser interpretados no contexto das desigualdades sociais do país.
QUESTÃO 2
O texto mostra que o IDPP das mamografias foi maior em 2023 (3,54) do que em 2014 (3,23). Comente brevemente as possíveis implicações dessa persistência da desigualdade para a prevenção do câncer de mama.
QUESTÃO 3
No período “Já no caso das mamografias, o movimento foi inverso entre 2014 e 2020. Nos anos seguintes, a desigualdade caiu, mas continuou maior em 2023…”, a conjunção “mas” introduz uma relação de:
(A) adição.
(B) explicação.
(C) contraste.
(D) consequência.
QUESTÃO 4
Em “O exame é essencial para o diagnóstico do câncer de mama e deve ser realizado, inclusive, para o rastreamento da doença…”, a conjunção “e” expressa
(A) adição.
(B) condição.
(C) contraste.
(D) conclusão.
QUESTÃO 5
No trecho “O Atlas, no entanto, mostra que a densidade de ressonâncias no serviço público mais do que dobrou…”, a expressão “no entanto” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
(A) portanto.
(B) assim.
(C) contudo.
(D) logo.
| Autoria: | Marlon Santos |
| Formação: | Letras – Português |
| Componente curricular: | Língua Portuguesa |
| Conteúdo(s)/Objeto(s) de conhecimento | Coerência e coesão no processamento do texto |
| Habilidades estruturantes: | (EF08LP13) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial: conjunções e articuladores textuais. (EF08LP10-A) Identificar e compreender adjuntos adverbiais, em textos lidos ou de produção própria. |
| Descritor: | D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. |
| Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 03, fev. 2025 CEREJA, Willian Roberto; CLETO, Ciley. Interpretação de textos: desenvolvendo a competência leitora 9º ano. São Paulo: Atual, 2013. |
