Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base o DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental.
Conjunção I
A conjunção é uma das dez classes de palavras da gramática normativa da Língua Portuguesa. Ela funciona como um conectivo que tem, portanto, a função básica de estabelecer conexão, de ligar os elementos linguísticos. É importante lembrar que os conectivos, isolados, não produzem sentido. Quando unem elementos, eles podem ou não vir carregados de significado.
Atenção! Nem todo conectivo que aparece no texto funciona só como conjunção. Alguns conectivos são marcadores discursivos, como “portanto” e “logo”. Nesse sentido, eles cumprem um papel parecido: indicam como as ideias se conectam.
Conjunção é a palavra invariável que liga elementos linguísticos, isto é, palavras, grupo de palavras, frases, orações estabelecendo entre elas uma relação. Por exemplo:
O ser humano sempre deseja um pouco mais de amor e sorte.
No exemplo acima, o termo “e” está exercendo uma relação aditiva, isto é, ligando “amor” e “sorte”, associando-as ao desejo humano de que se fala. Veja o próximo exemplo:
Queria mais bolo, mas acabou.
No caso acima, a conjunção “mas” liga duas orações independentes e indica uma oposição, um contraste entre elas. A primeira oração, “Queria mais bolo”, indica a expectativa, o desejo do sujeito. A segunda oração, “acabou”, aponta a realidade que frustra o desejo. Portanto, nesse exemplo, a conjunção marca a quebra de expectativa: o sujeito queria mais bolo, porém não havia bolo disponível.
As conjunções podem ser constituídas de três formas: simples, compostas e bimembres.
Simples: consiste naquelas conjunções formadas por apenas uma palavra, como “e, mas, porém, contudo, todavia, pois…”
Compostas: são as locuções conjuntivas, em que há a união de dois ou mais termos em sua formação, tais como “desde que, de modo que, à medida que, salvo se…”
Bimembres: são as conjunções que funcionam em pares, como “nem… nem…, ou… ou…, mas também”.
No conhecidíssimo poema de Cecília Meireles “Ou isto ou aquilo”, encontramos conjunções bimembres:
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva! […]
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
(Cecília Meireles)
No trecho do poema, o uso das conjunções é fundamental para a construção do sentido. As conjunções alternativas “ou… ou” marcam a ideia de exclusão e de escolha entre possibilidades que não podem coexistir, enquanto a estrutura “e não” reforça a contradição, destacando que a presença de um elemento implica necessariamente a ausência do outro. A repetição de “ou” cria ritmo, musicalidade e paralelismo, além de enfatizar a noção de dualidade que estrutura o poema. Assim, as conjunções não exercem apenas uma função gramatical de ligação, mas tornam-se um recurso expressivo central para transmitir a reflexão de que a vida é feita de escolhas e de inevitáveis renúncias.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
Leia o seguinte texto para responder às questões.
QUESTÃO 1
No trecho “O menino observa a chuva pela janela, enquanto pensa em como seria bom estar lá fora”, a conjunção “enquanto” indica
(A) concessão.
(B) tempo.
(C) causa.
(D) condição.
QUESTÃO 2
Em “Ele queria correr pela rua, mas a tempestade o prende dentro de casa”, a conjunção em destaque estabelece relação de
(A) adição.
(B) alternância.
(C) oposição.
(D) finalidade.
QUESTÃO 3
No trecho “Sabe que não pode sair agora, embora deseje”, a conjunção em destaque expressa
(A) comparação
(B) concessão
(C) consequência
(D) proporção
QUESTÃO 4
Explique a função da conjunção “como se” no trecho “olhando as gotas que escorrem, como se cada uma delas carregasse um pedaço de sua vontade”.
QUESTÃO 5
Analise o uso da conjunção “para que” em “e espera, para que o tempo lhe permita realizar esse pequeno sonho”. Qual relação lógico-discursiva ela estabelece entre as orações?
| Autoria: | Marlon Santos |
| Formação: | Letras – Português |
| Componente curricular: | Língua Portuguesa |
| Conteúdo(s)/Objeto(s) de conhecimento | Coerência e coesão no processamento do texto |
| Habilidades estruturantes: | (EF08LP13) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial: conjunções e articuladores textuais. (EF08LP10-A) Identificar e compreender adjuntos adverbiais, em textos lidos ou de produção própria. |
| Descritor: | D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. |
| Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 03, fev. 2025 CEREJA, Willian Roberto; CLETO, Ciley. Interpretação de textos: desenvolvendo a competência leitora 9º ano. São Paulo: Atual, 2013. |