Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base o DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental.

Formas distintas de tratar uma informação
Na vida cotidiana e também nos estudos, encontramos textos que falam sobre o mesmo tema, mas que o tratam de maneiras diferentes. Isso acontece porque todo texto é resultado de condições de produção (quem escreveu, quando, onde, para quem e com que objetivo) e também é lido em determinadas condições de recepção (quem lê, em que momento, com que expectativas e com quais conhecimentos prévios).
Por exemplo, suponhamos que um jornal e um blog de humor escrevem sobre a mesma notícia: a inauguração de um parque na cidade. É provável que o jornal destaque dados objetivos, como data de inauguração, custo da obra, discurso das autoridades e impacto para a população. Já o blog de humor pode usar ironia, piadas e críticas leves, chamando atenção para outro aspecto da mesma informação. Embora ambos falem sobre o mesmo tema, o modo de tratar a informação é completamente diferente.
O que influencia a forma de tratar a informação?
Autor e sua intenção: um pesquisador acadêmico escreve de maneira mais formal e detalhada, enquanto um influenciador digital pode usar linguagem simples e até memes para explicar.
Veículo ou gênero textual: uma reportagem, uma carta de leitor, uma crônica e um post de rede social tratam do mesmo assunto de formas distintas, porque cada gênero tem sua própria estrutura e função social.
Público-alvo: um texto para crianças será diferente de um para adultos, ainda que falem do mesmo tema.
Contexto histórico e social: um texto sobre o mesmo tema escrito hoje pode ser diferente de outro escrito há 20 anos, porque a sociedade, os valores e a tecnologia mudaram.
Como o leitor percebe essas diferenças?
O leitor precisa estar atento a pistas presentes no texto, tais como o vocabulário usado (mais formal, mais simples, mais técnico), a estrutura (se segue um formato noticioso, opinativo, narrativo, publicitário) ou a intenção (informar, convencer, criticar, emocionar, divertir). Além do mais, o ponto de vista também pode ser observado, por exemplo, se é neutro, se defende uma opinião, se ironiza.
Ao ler dois textos sobre o mesmo tema, o leitor precisa identificar semelhanças, isto é, o que eles têm em comum, e diferenças, como cada um trata a informação. Esse processo desenvolve a capacidade crítica, pois mostra que não existe apenas uma forma de ver a realidade. Reconhecer essas diferenças ajuda a compreender melhor o texto e também a evitar interpretações equivocadas.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
Leia os seguintes textos para responder às questões.
Texto 1
O uso do celular em sala de aula tem prejudicado o aprendizado dos estudantes, pois tira a atenção das atividades e dificulta a concentração. Muitos professores relatam que precisam disputar a atenção com as notificações dos aparelhos.
(Jornal Diário da Cidade, 2024)*
Texto 2
Se antes os professores brigavam com os alunos por causa do walkman, depois pelo discman, agora o vilão é o celular. Mas será mesmo? Alguns educadores usam os próprios aparelhos como aliados, pedindo pesquisas rápidas e até criando quizzes interativos.
(Blog Jovens em Conexão, 2024)*
*Textos elaborados pela equipe NEC – SME/Goiânia, para fins didáticos.
QUESTÃO 1
A principal intenção do texto 1 é
(A) convencer o leitor sobre a proibição do uso do celular na escola.
(B) relatar uma opinião pessoal sobre o uso do celular em sala de aula.
(C) informar sobre problemas causados pelo celular em sala de aula.
(D) fazer humor sobre a relação entre estudantes e tecnologia.
QUESTÃO 2
No texto 2, o autor
(A) defende abertamente a proibição do celular em sala.
(B) relata apenas experiências negativas com a tecnologia.
(C) apresenta diferentes perspectivas sobre o uso do celular.
(D) usa linguagem científica e formal para defender sua tese.
QUESTÃO 3
A diferença de tom entre os dois textos pode ser explicada principalmente pelo fato de
(A) os dois autores escreverem para públicos diferentes.
(B) um texto ser mais antigo e ultrapassado que o outro.
(C) o texto 2 ter mais informações objetivas e esclarecedoras.
(D) o texto 1 ter sido escrito por um estudante universitário.
QUESTÃO 4
O recurso de comparação usado no início do texto 2, por meio das palavras walkman, discman, celular, tem a função de
(A) criticar os professores que não dialogam com os estudantes.
(B) mostrar que a discussão sobre tecnologia em classe não é nova.
(C) defender o uso irrestrito do celular durante todas as aulas.
(D) indicar que a tecnologia é prejudicial para a aprendizagem escolar.
QUESTÃO 5
Ao analisar os dois textos, conclui-se que
(A) ambos apresentam a mesma opinião sobre o tema.
(B) o texto 1 é mais informativo, e o texto 2 é opinativo.
(C) o texto 1 é humorístico, e o texto 2 é científico.
(D) o texto 1 e o texto 2 não tratam do mesmo tema.
QUESTÃO 6
Explique como as condições de produção influenciam a forma como o texto 1 foi escrito.
QUESTÃO 7
Se você fosse escrever um texto sobre o mesmo tema para ser publicado em uma rede social voltada para adolescentes, como você abordaria a questão do uso de celulares em sala de aula?
Autoria: | Marlon Santos |
Formação: | Letras – Português |
Componente curricular: | Língua Portuguesa |
Conteúdo(s)/Objeto(s) de conhecimento | Relação entre textos |
Habilidade estruturante: | (EF89LP04) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-argumentos em textos argumentativos do campo (resenha crítica, entre outros), posicionando-se frente à questão controversa de forma sustentada. |
Descritor: | D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido. |
Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 03, fev. 2025 CEREJA, Willian Roberto; CLETO, Ciley. Interpretação de textos: desenvolvendo a competência leitora 9º ano. São Paulo: Atual, 2013. |