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Arte/Artes Visuais – Do sagrado ao urbano: Imagens e símbolos na arte brasileira

Esta proposta de atividade de ARTE/ARTES VISUAIS é destinada aos estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental.

Disponível em https://sl1nk.com/vXw2n Acesso em 13, ago de 2025.

Do sagrado ao urbano: Imagens e símbolos na arte brasileira

Todos os dias somos cercados por imagens e símbolos: placas, logotipos, grafites, estampas, cartazes. Muitas vezes, eles passam despercebidos, mas carregam histórias, significados e influências culturais que moldam nossa forma de ver o mundo.

Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Grafiti_na_Rua_Barroso,_Centro_de_Manaus_-_1.jpg Acesso em 13, ago de 2025.

No Brasil, desde o período colonial, as artes visuais desempenham um papel importante na construção e preservação desses símbolos. Nas igrejas barrocas, esculturas e pinturas contavam narrativas religiosas para uma população em grande parte analfabeta. Obras de artistas como Aleijadinho e Manuel da Costa Athaíde uniam técnicas europeias e elementos da cultura local, criando ambientes de forte expressão simbólica.

Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aleijadinho_01.jpg Acesso em 13, ago de 2025.

A cultura popular também produziu símbolos visuais próprios. Os ex-votos, por exemplo, são pequenos objetos ou pinturas oferecidos em agradecimento a milagres, retratando partes do corpo, cenas do cotidiano ou acontecimentos específicos.

Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Escultura_Ex_Votos.jpg Acesso em 13, ago de 2025.

Já as esculturas de Mestre Vitalino, no Alto do Moura (PE), registram festas, profissões e costumes, preservando a memória e o imaginário de sua comunidade.

Disponível em https://www.flickr.com/photos/fjota/2605458938 Acesso em 13, ago de 2025.

Com o tempo, novas formas de expressão surgiram. No contexto urbano, o grafite e o lambe-lambe passaram a dialogar com referências tradicionais, levando-as para o espaço público.

Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:PEGLAM_-_Pegatinas_e_Lambes,_Sorocaba_%28SP%29,_2018,_Rogerio_Passini,_Lambes_Brasil.jpg Acesso em 13, ago de 2025.

Entre os artistas que se destacam nessa relação entre passado e presente está Eduardo Kobra, muralista paulistano reconhecido internacionalmente. Seus trabalhos se caracterizam por grandes dimensões, cores vibrantes e uso de formas geométricas que se sobrepõem a retratos realistas. Kobra costuma representar figuras históricas, culturais ou religiosas, trazendo-as para o cenário urbano com uma nova energia visual.

Disponível em https://sl1nk.com/iq2tW Acesso em 13, ago de 2025.

Ao pintar um santo ou líder social no muro de um prédio, ele faz com que a imagem, antes restrita a livros ou espaços religiosos, seja vista por milhares de pessoas em seu trajeto diário.

Outro artista relevante é Nunca (Francisco Rodrigues da Silva), grafiteiro paulistano que mistura referências da cultura indígena e ancestral brasileira com elementos gráficos urbanos. Suas obras muitas vezes apresentam figuras humanas com padrões geométricos e traços inspirados em artefatos tradicionais, criando uma fusão entre o Brasil pré-colonial e a cidade contemporânea.

Disponível em https://www.flickr.com/photos/thelastminute/15751523279 Acesso em 13, ago de 2025.

Ao fazer isso, Nunca questiona a relação entre tradição e modernidade, preservação cultural e transformação visual.

Ao comparar obras tradicionais e contemporâneas, é possível perceber mudanças significativas na forma, no espaço e no significado das imagens.

Essas mudanças de contexto levantam questões importantes:

O que acontece com o significado original de um símbolo quando ele é deslocado para um novo espaço?

O que muda na interpretação do público?

Quais elementos permanecem e quais se transformam?

Ao olhar para essas obras, percebemos que a arte, seja tradicional ou contemporânea, é capaz de manter vivas as memórias culturais e, ao mesmo tempo, provocar novas reflexões.

Observar e comparar essas formas distintas das artes visuais, dos altares barrocos às paredes grafitadas, ajuda a desenvolver um olhar mais crítico e sensível. Reconhecer símbolos no nosso cotidiano, entender suas origens e perceber suas transformações no tempo é uma maneira de ampliar nosso repertório visual e compreender melhor a diversidade cultural que compõe o Brasil.

Assista ao vídeo sobre: Do sagrado ao urbano: Imagens e símbolos na arte brasileira

Canal Estúdio Conexão Escola. “Artes Visuais – Do Sagrado ao Urbano: Imagens e Símbolos na Arte Brasileira – 7º EF”. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=pygScxX9UyE Acesso em 18, ago de 2025.

RESPONDA AS QUESTÕES

QUESTÃO 1

No período colonial, as artes visuais no Brasil tinham como função principal

(A) retratar cenas de batalhas históricas.

(B) divulgar símbolos de marcas comerciais.

(C) ensinar conteúdos de caráter religioso.

(D) promover disputas entre artistas europeus.

QUESTÃO 2

O trabalho do artista Eduardo Kobra se destaca por

(A) unir realismo a cores e formas geométricas.

(B) mostrar apenas paisagens rurais brasileiras.

(C) criar esculturas com técnicas tradicionais.

(D) reproduzir obras de arte barrocas e originais.

QUESTÃO 3

Como as obras de Eduardo Kobra e do artista Nunca contribuem para refletirmos sobre a cultura e a identidade brasileiras?

QUESTÃO 4

Qual a importância de analisarmos as intenções e mensagens presentes nas imagens que encontramos no nosso dia a dia?


AutoriaVeruska Bettiol
FormaçãoArtes Visuais
Componente CurricularArte/Artes Visuais
Objetos de conhecimento/ConteúdosContextos e Práticas: Formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas
Habilidade(GO-EF07AR01-A) Apontar, relacionar, compreender criticamente as formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, locais, regionais e nacionais, desenvolvendo a percepção, o imaginário, o pensamento crítico e sensível, a capacidade de simbolizar e valorizar o repertório imagético pessoal e do cotidiano.
ReferênciasBARBOSA, Ana Mae. A Imagem no Ensino da Arte. São Paulo: Perspectiva, 2005.
HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de Trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
PINHEIRO, Mônica. “A arte urbana e seu papel social”. Revista Arte & Cidade, v. 12, n. 3, 2019.