Esta proposta de atividade de ARTE/ARTES VISUAIS é destinada aos estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental.
Arte Sensorial
Quando pensamos em arte, muitas vezes imaginamos algo que vemos: um quadro pendurado na parede, uma escultura num museu, uma imagem bonita em um livro ou na internet. Mas a arte não se limita ao que os olhos podem captar. Há artistas que criam obras para serem tocadas, ouvidas, cheiradas, às vezes até degustadas. Eles desafiam o espectador a se envolver com todos os sentidos, não apenas com a visão. Isso é o que chamamos de arte sensorial.
A arte sensorial propõe uma experiência que mexe com o corpo e com a mente, expandindo a nossa percepção. Um exemplo marcante é o artista brasileiro Ernesto Neto, que cria grandes instalações feitas de tecidos elásticos, pendurados no espaço, onde o público pode entrar, deitar-se, cheirar aromas de ervas e especiarias, sentir o contato dos materiais na pele.
Disponível em https://l1nq.com/SzvYA Acesso em 02, jun. 2025.
Não é apenas uma obra para ser observada, ela pede que você se mova, sinta, respire.
Outro exemplo é Cildo Meireles, também brasileiro, que cria obras imersivas. Em Desvio para o vermelho, ele monta uma sala inteira em tons de vermelho, onde os visitantes andam, percebem o som de seus passos, sentem a mudança de temperatura, experimentam o espaço de forma intensa. O que ele nos mostra? Que a arte pode nos colocar dentro de uma experiência e nos fazer refletir: como percebemos o mundo? Quais sensações nos afetam?
Fonte: RED, REDON. Coleção e arquivo como prática do artista: vermelho sobre vermelho. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS-UDESC, p. 62, 2019. Acesso em 02, jun. 2025.
No cotidiano, vivemos experiências sensoriais o tempo todo, mesmo sem perceber. Quando escutamos uma música e sentimos o corpo reagir, quando cheiramos um perfume e ele nos traz memórias, quando tocamos diferentes texturas e temos reações emocionais. A arte nos ajuda a prestar atenção a essas pequenas coisas. Ela nos ensina a observar o mundo não apenas com os olhos, mas com todos os sentidos, desenvolvendo um olhar mais atento, sensível e crítico.
Disponível em https://www.flickr.com/photos/gabicanale/4218050210/ Acesso em 03, jun. 2025.
O artista islandês Ólafur Eliasson, por exemplo, cria ambientes que misturam luz, água, neblina, espelhos, transformando a percepção do espaço.
Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tate_Modern_(5341378679).jpg Acesso em 03, jun. 2024.
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Ele nos faz refletir: o que é real? O que é construído? Como nossos sentidos nos enganam ou nos guiam? Esse tipo de questionamento também vale para o dia a dia: quantas vezes tomamos decisões baseadas apenas no que vemos, sem perceber outras camadas da realidade?
Na vida social e cultural, perceber a si mesmo como um ser sensorial nos conecta mais profundamente com as experiências humanas. Quando estamos atentos aos sons da cidade, às texturas dos objetos que usamos, aos sabores da nossa comida, começamos a perceber que fazemos parte de um contexto cultural rico, cheio de significados. Isso nos ajuda a compreender o mundo à nossa volta, a respeitar outras culturas, a refletir sobre nossos hábitos e escolhas.
Disponível em https://www.flickr.com/photos/agenciabrasilia/53197864770 Acesso em 03, jun. 2025.
Portanto, a arte sensorial não é apenas uma brincadeira ou uma curiosidade artística. Ela nos convida a parar, sentir, pensar. Nos desafia a ampliar nossa percepção e desenvolver um senso estético e crítico, não só para entender as obras de arte, mas para entender a nós mesmos, as pessoas à nossa volta e o mundo em que vivemos. Ela nos ajuda a dar sentido real àquilo que representamos: nossas emoções, ideias, memórias e identidades.
Disponível em https://www.flickr.com/photos/stjnoticias/33900440085 Acesso em 03, jun. 2025.
Quando vocês, estudantes, exploram a arte sensorial, não estão apenas criando ou apreciando algo bonito. Estão exercitando um modo de perceber e viver o mundo de forma mais consciente, sensível e reflexiva. Isso é transformar o olhar e transformar o olhar é também transformar a vida.
ASSISTA AO VÍDEO SOBRE “ARTE SENSORIAL”
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
Podemos dizer que a arte sensorial é importante no cotidiano porque
(A) ela limita nossa percepção apenas ao visual, deixando de lado outros sentidos.
(B) ela nos desafia a sentir, refletir e perceber o mundo de forma mais ampla e consciente.
(C) ela só pode ser apreciada dentro de museus e galerias, longe das experiências do dia a dia.
(D) ela serve apenas para decorar espaços e não tem relação com nossas emoções e memórias.
QUESTÃO 2
Ao interagir com obras de artistas como Ernesto Neto e Cildo Meireles, compreendemos que a experiência estética
(A) é limitada às cores e formas que podemos observar em uma pintura tradicional.
(B) envolve apenas a análise racional das técnicas usadas pelo artista, sem espaço para sentir.
(C) mobiliza nossos sentidos e nos conecta a experiências corporais, emocionais e reflexivas.
(D) se restringe ao momento de visita à exposição, sem impactar nossa percepção cotidiana.
QUESTÃO 3
Qual é o principal objetivo da arte sensorial?
QUESTÃO 4
Cite um exemplo de como a arte sensorial pode aparecer no nosso cotidiano.
| Autoria | Veruska Bettiol |
| Formação | Artes Visuais |
| Componente Curricular | Arte/Artes Visuais |
| Objetos de conhecimento/Conteúdos | Contextos e Práticas: A Arte e os cinco sentidos |
| Habilidade | (GO-EF08AR02-A) Reconhecer e explorar elementos que estimulem outros sentidos e outros fazeres para além do visual. Comunicar ideias, sensações e dialogar com a produção artística, como experiências sonoras, táteis, olfativas e degustativas. |
| Referências | COCCHIARALE, Fernando. Quem tem medo de arte contemporânea? Recife: Massangana, 2006. MILLET, Catherine. A arte contemporânea. Lisboa: Instituto Piaget, 1997. |