Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base o DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental.

Metalinguagem
A metalinguagem é um recurso que ocorre quando utilizamos a linguagem para fala sobre ela mesma. Ou seja, trata-se do uso da linguagem para explicar, descrever ou refletir sobre os próprios elementos linguísticos, como o código, o processo comunicativo ou o próprio texto.
A metalinguagem aparece em diversas manifestações artísticas e culturais, como na literatura, na publicidade, nas artes visuais e no cinema. Por exemplo, quando um conto fala sobre como é feito um conto ou reflete sobre seu processo de produção, temos um metaconto, ou, quando um filme mostra os bastidores da produção cinematográfica, temos um metafilme.
Para reconhecer a metalinguagem, é importante perceber quando o autor ou a obra se volta para refletir sobre o próprio processo de construção ou sobre a linguagem utilizada. Alguns indícios comuns incluem a presença de um texto que explica sua própria criação e reflexões sobre o próprio ato de escrever ou de se comunicar.
Ao ler um texto com metalinguagem, o leitor precisa estar atento aos momentos em que o autor se afasta da narrativa ou do discurso principal para falar sobre o próprio texto ou sobre a linguagem. Esse procedimento exige habilidades interpretativas mais refinadas, pois o leitor deve perceber o jogo reflexivo proposto pelo autor. Na produção textual, o uso da metalinguagem demonstra domínio e consciência da linguagem, já que o autor passa a refletir sobre o próprio ato de escrever. Pode ser um recurso criativo, crítico ou didático, dependendo da intenção comunicativa.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
QUESTÃO 1
Leia o seguinte texto.

O recurso utilizado nesse cartaz caracteriza-se como metalinguagem porque o cartaz
(A) endossa uma crítica ao consumo exagerado.
(B) explica a sua própria função como propaganda.
(C) anuncia um produto de forma direta e divertida.
(D) utiliza a linguagem figurada para vender algo.
Leia o seguinte fragmento de “A hora da estrela”, de Clarice Lispector, para responder às questões 2 a 5.
Que ninguém se engane, só consigo a simplicidade através de muito trabalho.
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-préhistória já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. Deus é o mundo. A verdade é sempre um contato interior inexplicável. A minha vida a mais verdadeira é irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique. Meu coração se esvaziou de todo desejo e reduz-se ao próprio último ou primeiro pulsar. A dor de dentes que perpassa esta história deu uma fisgada funda em plena boca nossa. Então eu canto alto agudo uma melodia sincopada e estridente – é a minha própria dor, eu que carrego o mundo e há falta de felicidade. Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. São Paulo: Rocco, 1998. p. 11-12.
QUESTÃO 2
O texto de Clarice Lispector apresenta características metalinguísticas, principalmente, porque
(A) fala sobre a simplicidade conquistada através do trabalho.
(B) descreve o próprio processo de escrita e reflexão da autora.
(C) conta uma narrativa fictícia e linear, com começo, meio e fim.
(D) relata um acontecimento histórico sobre a pré-história.
QUESTÃO 3
Ao afirmar “Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever”, o narrador expressa que
(A) não gosta de fazer perguntas complexas para si mesmo.
(B) só escreve quando tem todas as respostas estabelecidas.
(C) a escrita é movida pela busca incessante por respostas.
(D) a escrita não depende de reflexões profundas para existir.
QUESTÃO 4
No trecho “Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo”, como a autora articula razão e emoção no processo de escrita? Justifique sua resposta.
QUESTÃO 5
Releia o seguinte trecho do texto:
“Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.”
O que esse questionamento revela sobre a visão do narrador em relação à linguagem e à vida?
QUESTÃO 6
Leia o seguinte texto para responder ao que se pede.
Escrever é uma luta.
A palavra, essa ingrata, escapa.
Corre solta,
foge do verso,
e só às vezes, por sorte, se encaixa.
Explique por que este texto é um exemplo de metalinguagem.
Autoria: | Marlon Santos |
Formação: | Letras – Português |
Componente curricular: | Língua Portuguesa |
Conteúdo(s)/Objeto(s) de conhecimento | Intertextualidade. |
Habilidade estruturante: | (EF89LP33-A) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura (seleção, antecipação, inferência e verificação) adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – contos contemporâneos, romances juvenis, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poemas concretos, ciberpoemas, entre outros. |
Descritores: | D4 – Inferir uma informação implícita em um texto. D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.). |
Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 03, fev. 2025 |