Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base o DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental.

Figuras de sintaxe: assíndeto e polissíndeto
As figuras de linguagem são recursos expressivos da língua usados para criar uma comunicação mais expressiva, bonita e apreciável. Essas manifestações linguísticas derivam da criatividade humana e podem ser utilizadas em contextos variados, tanto na oralidade como na escrita. Sua compreensão, além de enriquecer o conhecimento sobre a língua, facilita os processos de comunicação.
As figuras de linguagem são organizadas em quatro grupos: figuras de palavras, de pensamento, de sintaxe e de som.
Estude neste material sobre as figuras de sintaxe assíndeto e polissíndeto. Você já percebeu como, na linguagem, a ausência ou repetição de uma palavrinha simples pode mudar totalmente o ritmo de uma frase? Pois é exatamente isso que acontece com essas duas figuras de sintaxe.
As figuras de sintaxe (figuras de construção) são recursos estilísticos que alteram a organização das palavras na frase, período ou oração, criando efeitos expressivos sem comprometer a compreensão do que está sendo comunicado.
Assíndeto
Observe a seguinte sentença:
“Cheguei, vi, venci.”
O exemplo acima parece uma frase rápida, direta, com um ritmo acelerado, não é verdade? Isso acontece porque os elementos da oração estão ligados sem conjunções. Esse efeito é típico do assíndeto, que é justamente a omissão das conjunções coordenativas que normalmente ligariam esses termos.
Mas por que alguém escolheria não usar as conjunções? É simples: o assíndeto dá à frase mais agilidade, objetividade e impacto. Ele é muito usado em discursos, slogans, e até em poesia, quando o autor quer criar um efeito mais intenso.
Veja alguns exemplos de assíndeto:
“Corri, tropecei, caí.”
“O sol se põe, a noite chega, o silêncio reina.”
Observe que os verbos são separados por vírgulas sem conjunções ligando-as.
Polissíndeto
A figura de sintaxe polissíndeto tem um efeito diferente do assíndeto. Veja o exemplo:
“E fala e canta e dança e sorri.”
Na sentença acima, parece que a ação não acaba, que há uma continuidade, quase uma insistência, demarcada pela repetição da conjunção e. Isso é obra do polissíndeto, que é o uso intencional e repetitivo das conjunções coordenativas (como “e”, “mas”, “ou”).
O polissíndeto tem o poder de criar ritmo, ênfase ou até dramaticidade. A repetição da conjunção faz com que o leitor ou ouvinte sinta o peso ou a duração das ações descritas. Veja outras exemplos de polissíndeto:
“Lutou e perdeu e tentou e caiu e levantou.”
“Ou você estuda ou trabalha ou se arrepende depois.”
Refletindo sobre o uso
Por um lado, o assíndeto omite conjunções, por outro, o polissíndeto repete. Mas, qual é “melhor” ou “mais correto” entre os dois? Na verdade, nenhum é melhor que o outro. Tudo depende do efeito que o autor quer causar ao escrever ou dizer frases usando essas figuras de linguagem. É como escolher o tom de voz para dizer algo — às vezes você quer ser rápido e direto; outras vezes, quer destacar cada parte do que está dizendo. Além da relação com o ritmo, é preciso compreender que em determinados gêneros textuais, a repetição não é usual, como em uma redação escolar de cunho dissertativo-argumentativo. Compreenda que ambas as figuras precisam estar a serviço do propósito comunicativo.
Ao escrever ou interpretar um texto, perceber o uso dessas figuras de linguagem ajuda a entender como e por que ele foi construído daquele jeito.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
QUESTÃO 1
Leia o texto a seguir.
O tempo corre e não cansa,
Traz memórias e leva esperança.
Nasce, cresce, envelhece, some,
Silencioso, tudo ele consome.
Texto elaborado pela equipe do NEC/SME para fins didáticos.
Há um assíndeto no verso
(A) Silencioso, tudo ele consome
(B) O tempo corre e não cansa
(C) Traz memórias e leva esperança
(D) Nasce, cresce, envelhece, some
QUESTÃO 2
Leia o seguinte texto:
A mãe tinha avisado. Não vá para o quintal nessa chuva. Mas não teve jeito. O menino correu e caiu e chorou e gritou e chamou a mãe. Tudo foi tão rápido, tão intenso, tão cheio de emoções entrelaçadas que ninguém conseguiu ficar indiferente. O menino caiu feio, quebrou um braço, precisou ir ao hospital.
Há um polissíndeto em:
(A) A mãe tinha avisado. Não vá para o quintal nessa chuva.
(B) O menino correu e caiu e chorou e gritou e chamou a mãe.
(C) Tudo foi tão rápido, tão intenso, tão cheio de emoções entrelaçadas.
(D) O menino caiu feio, quebrou um braço, precisou ir ao hospital.
QUESTÃO 3
Identifique a figura de linguagem nas frases a seguir e explique o efeito que ela causa:
A) “Chorou, gritou, implorou.”
B) “E corre, e cai, e se levanta, e tenta de novo.”
QUESTÃO 4
Em sua opinião, em que situação seria mais eficaz usar o assíndeto em vez do polissíndeto? Justifique sua resposta com exemplos.
Autoria: | Marlon Santos |
Formação: | Letras – Português |
Componente curricular: | Língua Portuguesa |
Conteúdo(s)/Objeto(s) de conhecimento | Figuras de sintaxe |
Habilidade estruturante: | (EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras. |
Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 03, fev. 2024 |