Esta proposta de atividade de HISTÓRIA é destinada aos estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental anos iniciais.
Fonte: he Emblem of Christ Appearing to Constantine. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Constantine%27s_conversion.jpg?uselang=pt>. Acesso em 09 de out. de 2024.
O fim do Império Romano e o início do mundo Medieval
O fim do Império Romano do Ocidente no século V foi um marco decisivo para a história da Europa e do Mediterrâneo, sinalizando a transição do mundo antigo para o mundo medieval. O Império Romano, que havia sido a maior potência política, econômica e cultural da Europa por séculos, enfrentou uma série de crises que levaram à sua fragmentação e, eventualmente, ao seu colapso. A queda de Roma e a invasão de povos germânicos resultaram em mudanças profundas nas estruturas de poder e nas formas de organização social, dando origem à Idade Média.
Saque de Roma
Fonte: Genseric sacking rome 456, Galeria Tretyakov. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Genseric_sacking_rome_456.jpg>. Acesso em 09 de out. de 2024.
As Crises Internas e Externas do Império Romano
O declínio do Império Romano foi um processo longo, que envolveu tanto crises internas quanto ameaças externas. Internamente, o império enfrentava problemas como a corrupção administrativa, a crise econômica e a dificuldade de manter um exército suficientemente forte para proteger suas fronteiras. A economia romana, antes baseada no comércio e na escravidão, começou a se enfraquecer, e a produção agrícola não conseguia sustentar a população crescente. Além disso, as guerras civis constantes enfraqueciam a unidade do império, fazendo com que diferentes partes de seu território se tornassem mais vulneráveis às invasões.
Migração dos Povos Bárbaros
Fonte: Migração dos Povos Bárbaros. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Migra%C3%A7%C3%A3o_dos_Povos_B%C3%A1rbaros.png>. Acesso em 09 de out. de 2024.
Externamente, a chegada de diversos povos bárbaros, como visigodos, vândalos e ostrogodos, pressionava as fronteiras romanas. Muitos desses grupos migraram em busca de terras e melhores condições de vida, devido à expansão dos hunos na Europa Central. A entrada desses povos no território romano, que inicialmente eram aliados e se integravam ao exército romano, acabou se transformando em um fator de desestabilização. Em 476 d.C., Odoacro, um chefe germânico, depôs o último imperador romano do Ocidente, Rômulo Augusto, marcando simbolicamente o fim do Império Romano do Ocidente.
A Fragmentação do Poder e o Surgimento dos Reinos Bárbaros
Com a queda de Roma, o poder político na Europa Ocidental tornou-se fragmentado. A unidade que o Império Romano garantiu durante séculos foi substituída por diversos reinos independentes, cada um liderado por um rei bárbaro. Reinos como o dos visigodos na Península Ibérica, dos francos na atual França e dos ostrogodos na Itália emergiram nesse contexto de fragmentação.
Europa Ocidental Século V
Fonte: Europa Ocidental no fim do século V. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Western_Europe_5th_Century_pt.svg>. Acesso em 09 de out. de 2024.
Esses novos reinos mantiveram algumas das tradições romanas, como o uso do latim em documentos e a adoção do cristianismo, mas adaptaram essas influências às próprias culturas. No entanto, a centralização política que existia no Império Romano foi substituída por um modelo de poder mais local, onde os reis bárbaros tinham dificuldades de exercer controle sobre territórios extensos. A Europa tornou-se, então, um mosaico de diferentes reinos, cada um com suas leis e costumes.
A Ascensão da Igreja e a Nova Organização Social
Em meio ao colapso do poder político romano, a Igreja Católica tornou-se uma das poucas instituições capazes de manter alguma estabilidade e coesão social. O cristianismo, que havia sido perseguido pelos romanos, tornou-se a religião oficial do Império no final do século IV, e com a queda de Roma, a Igreja passou a ser a principal instituição na Europa Ocidental. O bispo de Roma, mais tarde conhecido como papa, tornou-se uma figura central na organização da vida religiosa e, muitas vezes, também em questões políticas.
A Conversão de Constantino
Fonte: he Emblem of Christ Appearing to Constantine. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Constantine%27s_conversion.jpg?uselang=pt>. Acesso em 09 de out. de 2024.
A Igreja ofereceu uma estrutura de organização e uma visão de mundo que unia os diferentes povos europeus sob a fé cristã. Além disso, ela desempenhou um papel importante na preservação do conhecimento do mundo antigo, através do trabalho dos monges nos mosteiros, que copiavam manuscritos e mantinham vivas as tradições romanas e gregas. A influência da Igreja foi fundamental para a construção do que conhecemos como a Idade Média, um período em que a religiosidade cristã permeava todos os aspectos da vida, desde a política até a arte e a educação.
A Transição para a Economia Rural e o Sistema Feudal
Com a queda do Império Romano, a economia também sofreu uma transformação. O comércio em larga escala, que era uma marca do período romano, diminuiu consideravelmente. Sem a infraestrutura romana, como as estradas e os portos seguros, as rotas comerciais tornaram-se menos viáveis, e a Europa voltou a ser uma sociedade predominantemente rural.
A paisagem feudal
Fonte: Três Riquezas Horas do Duque de Berry. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Les_Tr%C3%A8s_Riches_Heures_du_duc_de_Berry_octobre_detail.jpg>. Acesso em 09 de out. de 2024.
A terra tornou-se a principal fonte de riqueza e poder, e as grandes propriedades, chamadas de feudos, passaram a ser controladas por nobres que garantiam proteção militar em troca do trabalho dos camponeses. Esse sistema, que ficou conhecido como feudalismo, era baseado em uma relação de dependência mútua entre senhores e servos. Os camponeses, que antes eram cidadãos romanos ou escravos, passaram a ser servos, ligados à terra e ao senhor feudal, mas em uma relação de trabalho diferente da escravidão. A economia medieval era, portanto, caracterizada pela autossuficiência e pela produção para o consumo local, em contraste com a economia baseada no comércio e nas cidades do período romano.
O Início de uma Nova Era
O fim do Império Romano e a transição para o mundo medieval foram marcados por uma série de mudanças profundas na organização política, econômica e social da Europa. A queda de Roma não foi um evento único, mas o resultado de um processo complexo de crises internas e invasões externas, que fragmentou o poder e abriu espaço para a ascensão dos reinos bárbaros e da Igreja. A economia rural e o sistema feudal passaram a ser a base da sociedade medieval, enquanto a influência da Igreja Católica unia os povos europeus em uma nova forma de organização cultural e religiosa. Esse período de transformação deu origem a uma nova era, onde antigas tradições se misturavam com novos elementos, definindo os séculos que seriam conhecidos como a Idade Média.
RESPONDA ÀS QUESTÕES
QUESTÃO 01
Por que o fim do Império Romano é considerado um marco tão importante para a história da Europa, e quais foram as principais consequências desse evento para as gerações que viveram nos séculos seguintes? Explique.
QUESTÃO 02
Qual foi o papel da Igreja Católica no período de transição entre o fim do mundo antigo e o início da Idade Média, e como ela ajudou a manter certa estabilidade em um contexto de instabilidade política? Explique.
QUESTÃO 03
O fim do Império Romano do Ocidente no século V foi um marco decisivo para a história da Europa e do Mediterrâneo, sinalizando a transição do mundo antigo para o mundo medieval. O Império Romano, que havia sido a maior potência política, econômica e cultural da Europa por séculos, enfrentou uma série de crises que levaram à sua fragmentação e, eventualmente, ao seu colapso. E um dos marcos que simbolizou o fim do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. foi
(A) a divisão do Império Chinês no Oriente e do Império Germânico no Ocidente.
(B) a invasão dos hunos ao território romano e o retorno do império egípcio.
(C) o ataque dos vikings às cidades costeiras do império egípcio e chinês.
(D) a deposição do último imperador do Ocidente, Rômulo Augusto, por Odoacro.
QUESTÃO 04
O cristianismo, que havia sido perseguido pelos romanos, tornou-se a religião oficial do Império no final do século IV, e com a queda de Roma, a Igreja passou a ser a principal instituição na Europa Ocidental. O papel da Igreja Católica após a queda do Império Romano do Ocidente foi de
(A) afastar-se dos assuntos políticos para se concentrar apenas na religião.
(B) Ser a principal instituição que manteve alguma estabilidade e coesão social.
(C) Perder sua importância, sendo substituída por novas religiões barbaras.
(D) Proibir a construção de mosteiros e a cópia de manuscritos antigos.
Autoria: | Prof. Me.: Gabriel Ramos Paiva |
Formação: | Licenciatura em Geografia; Bacharelado em Geografia; Licenciatura em Pedagogia; Mestre em Geografia pelo IESA-UFG. |
Componente Curricular: | História |
DCGO – AMPLIADO (1º corte) Habilidades: | (GO-EF06HI14-B) Situar o processo de fragmentação do poder político com o fim do Império Romano e compreender a passagem do mundo Antigo para o mundo Medieval, bem como a sua nova forma de organização de poder econômico, sociopolítico, religioso e de trabalho. |
Matriz de habilidades essenciais: | Reconhecer as formas de contato, adaptação ou exclusão nas relações entre os romanos e os povos germânicos. Compreender o processo de desagregação do Império Romano, relacionando-o ao momento de transição da Antiguidade ao Medievo. |
Referências: | BARROS, José D’Assunção. Passagens de antiguidade romana ao Ocidente Medieval: leituras historiográficas de um período limítrofe. São Paulo, v.28, n.1, 2009. p. 547- 570. Disponível em: <https://ria.ufrn.br/jspui/handle/123456789/386>. Acesso em 09 de out. de 2024. |