Esta proposta de atividade de GEOGRAFIA é destinada aos estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental anos iniciais.
Fonte: IBGE. Organização: Renan Amabile Boscariol. Disponível em: <https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/7978>. Acesso em 17 de jun. de 2024.
O conceito de regionalização e as regionalizações do Brasil
As regionalizações representam retratos dos processos sociais e econômicos das épocas em que foram elaboradas. Elas refletem as dinâmicas específicas de cada período histórico, capturando as características e as relações sociais, econômicas e culturais que definem diferentes regiões.
Ao analisar uma regionalização, é possível identificar como os padrões de desenvolvimento, as estruturas de poder, as interações comerciais e os movimentos populacionais influenciaram a organização do espaço geográfico. Dessa forma, as regionalizações não são apenas divisões territoriais, mas também narrativas que contam a história das transformações sociais e econômicas, permitindo uma compreensão mais profunda dos contextos históricos e das mudanças que moldaram cada época.
No Brasil, as iniciativas de regionalização visando coletar informações detalhadas do território para fins de planejamento começaram na década de 1940, sob a liderança do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1941, o IBGE propôs uma regionalização baseada nas características fisiográficas do território nacional, ao mesmo tempo, em que respeitava as fronteiras administrativas dos estados. Essa primeira tentativa de divisão territorial resultou na criação de cinco grandes regiões: Norte, Nordeste, Sul, Leste e Centro-Oeste.
A regionalização proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na década de 1970 estabeleceu cinco grandes regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Essa divisão considera aspectos geográficos, econômicos, sociais e culturais, e ainda é amplamente utilizada para análises e políticas públicas. Cada uma dessas regiões apresenta características únicas, fruto das interações históricas entre os elementos naturais e humanos.
Regionalização do Brasil
Fonte: IBGE. Organização: Renan Amabile Boscariol. Disponível em: <https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/7978>. Acesso em 17 de jun. de 2024.
No final da década de 1960, Pedro Pinchas Geiger propôs uma nova divisão do Brasil em “complexos regionais” ou “regiões geoeconômicas”, oferecendo uma abordagem distinta baseada na formação histórica do país. Geiger identificou três complexos regionais principais: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul. Essa proposta considerava não apenas as características geográficas, mas também as dinâmicas econômicas e sociais que moldaram cada região ao longo do tempo.
Proposta de divisão do Brasil de Pedro Pinchas Geiger
Fonte: IBGE. Organização: Renan Amabile Boscariol. Disponível em: <https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/7978>. Acesso em 17 de jun. de 2024.
A proposta de Geiger foi inovadora ao destacar as diferenças e interações entre essas regiões, proporcionando uma compreensão mais complexa e integrada do território brasileiro. Ela sublinhou a importância de considerar tanto os aspectos históricos quanto econômicos para entender as desigualdades regionais e os desafios de desenvolvimento enfrentados pelo Brasil.
Outra proposta de regionalização, foi desenvolvida por Milton Santos e Maria Laura Silveira em 2001, visou corrigir distorções e simplificações das abordagens anteriores. Os autores propuseram a divisão do Brasil em “quatro brasis”, baseando-se em uma análise detalhada dos aspectos socioeconômicos e, principalmente, das características geográficas presentes em cada região. Essa regionalização teve como objetivo entender a articulação do território brasileiro no contexto da economia periférica do país inserida no capitalismo globalizado.
Proposta de divisão do Brasil de acordo com Milton Santos e Maria Laura Silveira
Fonte: IBGE. Organização: Renan Amabile Boscariol. Disponível em: <https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/7978>. Acesso em 17 de jun. de 2024.
Milton Santos e Maria Laura Silveira consideraram fundamental analisar os fluxos de infraestrutura que sustentam as redes de informação, mercadorias, capitais e pessoas. Através dessa perspectiva, eles procuraram “fazer o território falar a partir de sua história”. Em outras palavras, eles destacaram a importância de compreender como a evolução histórica e os processos econômicos influenciaram a organização e a dinâmica do espaço geográfico brasileiro.
A proposta de Santos e Silveira oferece uma visão aprofundada e crítica das interações entre o espaço geográfico e os processos econômicos e históricos. Ao considerar a inserção do Brasil no contexto global, eles trouxeram uma compreensão mais complexa e nuançada das desigualdades regionais e dos desafios de desenvolvimento que o país enfrenta.
Dessa forma, entende-se que as regionalizações do Brasil não são apenas divisões administrativas ou geográficas, elas são representações dinâmicas dos processos históricos que configuram o país. Analisar essas regionalizações permite uma compreensão mais profunda das forças que influenciam o desenvolvimento regional e das particularidades que tornam cada região brasileira única.
RESPONDA ÀS QUESTÕES
QUESTÃO 01
Faça uma pesquisa sobre as várias formas de regionalizar o Brasil, faça um texto resumido sobre como cada regionalização pesquisada usou os critérios para regionalizar o país.
QUESTÃO 02
Faça um mapa do Brasil com a sua regionalização, assim que finalizar o mapa, escreva um texto explicando os seus critérios para fazer a regionalização.
QUESTÃO 03
Uma nova divisão do Brasil em “complexos regionais” ou “regiões geoeconômicas”, oferecendo uma abordagem distinta baseada na formação histórica do país. Os complexos regionais principais: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul. Essa proposta considerava não apenas as características geográficas, mas também as dinâmicas econômicas e sociais que moldaram cada região ao longo do tempo. Esse processo de regionalização foi pensado por
(A) Milton Santos.
(B) Pedro Pinchas Geiger.
(C) Diego Alencar.
(D) Tadeu Arrais.
QUESTÃO 04
No Brasil, as iniciativas de regionalização visando coletar informações detalhadas do território para fins de planejamento começaram na década de 1940, essa regionalização era baseada nas características fisiográficas do território nacional, ao mesmo tempo, em que respeitava as fronteiras administrativas dos estados. Essa primeira tentativa de divisão territorial resultou na criação de cinco grandes regiões: Norte, Nordeste, Sul, Leste e Centro-Oeste. Essa primeira regionalização foi desenvolvida pelo
(A) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE.
(B) Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA.
(C) Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – IMB.
(D) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Autoria: | Prof. Me.: Gabriel Ramos Paiva |
Formação: | Licenciatura em Geografia; Bacharelado em Geografia; Licenciatura em Pedagogia; Mestre em Geografia pelo IESA-UFG. |
Componente Curricular: | Geografia |
DCGO – AMPLIADO (1º corte) Habilidades: | (GO-EF07GE14) Comparar e analisar as diferentes propostas de divisão regional do Brasil, elaboradas tanto por órgãos do poder público federal quanto por pesquisadores/estudiosos da ciência geográfica. |
Matriz de habilidades essenciais: | Distinguir as regionalizações oficiais e as elaboradas pelos principais geógrafos do Brasil. |
Referências: | BOSCARIOL, Renan Amabile. REGIÃO E REGIONALIZAÇÃO NO BRASIL: UMA ANÁLISE SEGUNDO OS RESULTADOS DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (IDHM). Territórios em números : insumos para políticas públicas a partir da análise do IDHM e do IVS de municípios e Unidades da Federação brasileira, livro 1 / organizadores: Bárbara Oliveira Marguti, Marco Aurélio Costa, Carlos Vinícius da Silva Pinto. – Brasília : IPEA : INCT, 2017. Disponível em: <https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/7978>. Acesso em 17 de jun. de 2024. |