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História – Ascensão de Getúlio Vargas

Esta proposta de atividade de História é destinada aos estudantes do 6º Período da Educação de Jovens e Adultos-EJA


Comemoração em outubro de 1930. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_1930_(18).jpg> acesso em 29, jun. 2023.

ASCENSÃO DE GETÚLIO VARGAS

A ascensão de Getúlio Vargas à presidência da república é um capítulo singular da história brasileira.

O contexto

Da Proclamação até o ano de 1930, a República brasileira foi marcada por um arranjo informal entre o governo federal e as elites regionais. Lilia Schwarcz e Heloisa Starling mostram que o resultado das eleições era pré-determinado: o candidato indicado pelo presidente da república recebia o apoio dos líderes políticos em cada estado,

a partir daí, era virtualmente impossível a derrota eleitoral.

SCHWARCZ; STARLING, p. 594.

Os estados de Minas Gerais e São Paulo revezavam-se no poder, indicando a cada pleito o candidato. Em 1929, Washington Luís, representante da elite paulista, empossado em 1926, rompeu com este equilíbrio, indicando o presidente de São Paulo, Júlio Prestes.

A eleição

O estado de Minas Gerais passou a articular uma chapa de oposição. Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul, foi o candidato à presidência com João Pessoa, da Paraíba, como vice.

A composição oposicionista foi batizada de “Aliança Liberal” e

abrigava um amplo leque de dissidências, viabilizava um eixo alternativo de poder e apresentava uma nova linguagem política com capacidade de mobilização de um largo segmento da sociedade.

SCHWARCZ; STARLING, p. 598.

Defendia um programa de modernização com impulso para a indústria, incorporação de novos setores sociais e enfrentamento da problemática dos direitos sociais.

No segundo semestre de 1929 as Caravanas Liberais tomaram conta do país, formadas por jovens militantes que queriam levar a política para as ruas, uma novidade na época. A pauta incluía

anistia aos tenentes e militares rebelados entre 1922 e 1927, concessão de direitos sociais aos trabalhadores, introdução do voto secreto, diversificação econômica, além do compromisso com a realização de obras para combater as secas nordestinas.

SCHWARCZ; STARLING, p. 599.

Foi uma campanha eleitoral empolgante com grandes comícios. Mas, não havia chance de vitória para a oposição. Washington Luís mobilizou o apoio de 17 presidentes de estados.

A eleição aconteceu em 1º de março de 1930 e Júlio Prestes saiu vencedor. Terminada a apuração, Getúlio Vargas reconheceu a vitória do adversário.

A solução armada

Mas a Aliança Liberal era uma coalizão ampla, com interesses políticos variados, opções doutrinárias distintas e duas gerações de líderes regionais.

A ideia de uma solução armada começou a circular e tinha o apoio dos tenentes, um grupo com experiência militar. Conspirava-se por toda parte, circulavam boatos de golpe contra a posse de Júlio Prestes.

No dia 26 de julho de 1930, João Pessoa foi assassinado, no Recife – foi o estopim da revolta. O assassino, João Dantas, preso em flagrante, confessou que matou por motivos pessoais.

Mas também havia motivação política. Dantas era aliado do coronel José Pereira, chefe de Princesa, líder de um levante contra as medidas adotadas por João Pessoa para enquadrar os coronéis.

A Aliança Liberal acusou Washington Luís, o presidente seria o cérebro da operação. A tragédia chocou o país. No enterro de João Pessoa, o pavio da revolução foi reacendido.

Em 3 de outubro teve início a revolta. Em 24 de outubro, Washington Luís foi deposto, detido e preso, um mês depois seguiu para o exílio na Europa.

Em 3 de novembro a Junta Governativa Provisória, formada por dois generais e um contra-almirante, passou o poder para Getúlio Vargas.

RESPONDA AS QUESTÕES

QUESTÃO 1

As historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling dizem que a Aliança Liberal

apresentava uma nova linguagem política com capacidade de mobilização de um largo segmento da sociedade.

SCHWARCZ; STARLING, p. 598.

Marque a alternativa que contém um exemplo dessa nova linguagem.

(A) Caravanas Liberais.

(B) Ação armada.

(C) Assassinato de João Pessoa.

(D) Programa de modernização.

QUESTÃO 2

O assassinato de João Pessoa foi um estopim para a deflagração da revolta armada em 1930. A alternativa correta quanto à relação entre a motivação deste crime e a disputa pela presidência é:

(A) O assassinato de João Pessoa não teve nenhuma relação com a disputa nacional, a motivação foi somente pessoal.

(B) João Pessoa foi assassinado a mando de Washington Luís, como uma vingança por ele ter se candidatado pela oposição.

(C) Não foi um crime motivado diretamente por esta disputa, mas a Aliança Liberal usou-o para justificar a ação armada.

(D) Houve a combinação de motivos pessoais e políticos mas relacionados estritamente às disputas na Paraíba.

QUESTÃO 3

Descreva, com suas próprias palavras, o processo que levou Getúlio Vargas à presidência da República.

QUESTÃO 4

Getúlio Vargas liderou um grupo cuja atuação foi importante na modernização do país tanto em termos econômicos quanto nas práticas políticas, além de ter alcançado avanços importantes no campo dos direitos sociais. Entretanto, teve um governo marcado pelo viés autoritário, instaurando uma ditadura e chegando ao poder com o uso da força. Faça uma análise dessa contradição deixando claro o que você pensa sobre isso.


Autoria:Anísio José Pereira Filho
Formação:História
Componente Curricular:História
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento:(EJAHI0627) Identificar e entender o processo de ascensão de Getúlio Vargas ao poder.
Referencial teórico:SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. Companhia das Letras. Edição do Kindle.