Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base as sequências didáticas propostas pelo Programa Aprender Sempre, da SME-Goiânia, com base no DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental.
Quando escrevemos um texto argumentativo, nosso objetivo é convencer o leitor sobre um ponto de vista. Para isso, a impessoalidade é uma estratégia muito importante. Mas o que significa ser impessoal? Vamos entender melhor.
Impessoalidade significa não mostrar a presença de quem escreve no texto. Ou seja, a pessoa que escreve não usa expressões como “eu acho” ou “na minha opinião”. Em vez disso, ela apresenta os argumentos de forma objetiva e baseada em fatos, rotineiramente, na 3ª pessoa.
Como conferir a impessoalidade ao texto?
Não utilize a 1ª pessoa: em vez de dizer “Eu acredito que a reciclagem é importante”, diga “A reciclagem é importante”.
Use verbos na voz passiva: em vez de “Nós devemos tomar medidas para proteger o meio ambiente”, use “Medidas devem ser tomadas para proteger o meio ambiente”.
Baseie-se em dados e fatos: em vez de “Na minha experiência, o uso excessivo de tecnologia é prejudicial”, use “Estudos mostram que o uso excessivo de tecnologia pode ser prejudicial”. Lembre-se de apresentar dados verídicos e comprováveis.
Como usar conscientemente as estratégias de pessoalidade e impessoalidade nos textos?
Escolha a estratégia de acordo com o público: se você está escrevendo para um público acadêmico, a impessoalidade é geralmente mais apropriada. No entanto, se o público é geral, um toque de pessoalidade pode tornar o texto mais envolvente.
Seja consistente: decida qual abordagem é mais adequada para seu texto e mantenha a consistência. Se você começa impessoal, tente manter essa linha ao longo do texto.
Use a pessoalidade para exemplificar: mesmo em textos impessoais, a pessoalidade pode ser útil em exemplos ou quando você quer que o leitor se identifique com o que está sendo dito.
Entender a impessoalidade em textos argumentativos e os traços da linguagem em textos de divulgação científica é crucial para a produção de textos eficazes. A escolha entre pessoalidade e impessoalidade deve ser feita de forma consciente, levando em conta o público-alvo e o objetivo do texto. Dessa forma, você será capaz de transmitir suas ideias de maneira clara e objetiva.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
A seguir, leia o fragmento de texto acadêmico para responder às questões.
A partir de pesquisas anteriores, como bolsista de iniciação científica e na realização do Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia, foi possível perceber um embate entre as áreas de Educação Profissional (EP) e Educação Básica (EB) para a efetivação da proposta de integração curricular no Técnico em Cozinha ofertado desde 2006 no IFG Campus Goiânia. O embate se constituía na resistência dos profissionais da EP em trabalhar de modo compartilhado nos planejamentos e regências das aulas com a EB, configurando assim um impasse e problema para a integração curricular que pode ser evidenciada na citação abaixo:
Nas visitas ao Campus Goiânia do IFG, notamos outra contradição, que ocorre de modo acentuado em alguns momentos do curso, uma vez que o discurso da importância da interdisciplinaridade é presente, assim como, o da formação ampla e emancipadora, porém a prática muitas vezes não consegue refletir o que foi proposto no Documento Base e no próprio Plano de Curso, escrito de maneira coletiva por 17 educadores, além da coordenação do Proeja Campus Goiânia e da Coordenação do mesmo no estado de Goiás. (MORAIS, 2011, p. 9 – 10)
Contudo, podemos perceber ao longo destes cinco anos de pesquisa que contradições, mudanças e descontinuidades permeiam a oferta de Proeja no Instituto, apontando em diversos momentos para a questão da dificuldade de efetivar e compreender a proposta de integração. Deste modo, acreditamos que nossa pesquisa contribuirá na compreensão de alguns dos determinantes da não efetivação do currículo integrado do Proeja no IFG, como no Técnico em Cozinha, uma vez que frente ao conhecimento prévio que possuímos.
MORAIS, Ariadiny Cândido. Professores da formação profissional no Proeja do IFG – curso Técnico em Cozinha: concepções e princípios. Universidade Federal de Goiás (UFG): Goiânia, 2014, p. 6. (Adaptado)
QUESTÃO 1
Já no primeiro parágrafo do texto, é possível perceber que ele se trata de um texto científico. Quais elementos desse referido parágrafo confirmam essa afirmação?
QUESTÃO 2
Releia o seguinte trecho:
“A partir de pesquisas anteriores, como bolsista de iniciação científica e na realização do Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia, foi possível perceber um embate entre as áreas de Educação Profissional (EP) e Educação Básica (EB) para a efetivação da proposta de integração curricular no Técnico em Cozinha ofertado desde 2006 no IFG Campus Goiânia”.
A) Identifique e classifique as formas verbais presentes no trecho acima.
B) A construção “foi possível perceber” confere ao texto maior ou menor impessoalidade? Por quê?
QUESTÃO 3
No texto científico predominam sequências textuais expositivas, descritivas e argumentativas. De modo geral, o autor explica conceitos, descreve situações ou objetos de pesquisa e, a partir desses estudos, elabora uma argumentação que comprove sua tese, ou seja, sua ideia central a respeito do que é estudado. Sabendo disso, responda ao que se pede a partir do trecho da seguinte sequência:
“No entanto, podemos perceber ao longo destes cinco anos de pesquisa que contradições, mudanças e descontinuidades permeiam a oferta de Proeja no Instituto […]”.
A) A forma verbal “podemos perceber”, introduzida pelo verbo na primeira pessoa do plural, evidencia uma marca de pessoalidade que está a serviço do texto. Por que essa marca contribui para a argumentatividade deste texto?
B) Reescreva o trecho utilizando a terceira pessoa do singular.
C) No comando anterior, você transpôs o fragmento da primeira para a terceira pessoa. Que efeito de sentido essa alternância de vozes provocou no texto?
D) Identifique e transcreva outro exemplo do texto que coloque em evidência uma marca de pessoalidade a serviço dele.
QUESTÃO 4
Ao escrever um texto argumentativo, empregar a impessoalidade significa
(A) mostrar a presença do autor no texto.
(B) utilizar expressões como “eu acho” e “na minha opinião”.
(C) apresentar argumentos de forma subjetiva.
(D) não mostrar a presença de quem escreve no texto.
QUESTÃO 5
Uma estratégia para conferir impessoalidade ao texto é
(A) utilizar a 1ª pessoa.
(B) basear-se em dados e fatos.
(C) utilizar apenas expressões pessoais.
(D) não se preocupar com a audiência.
Autoria: | Marlon Santos |
Formação: | Letras – Português |
Componente curricular: | Língua Portuguesa |
Habilidade estruturante: | (EF69LP42-B) Reconhecer traços da linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação e objetivos assim o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3ª pessoa, presente atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etc., como forma de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos nesses gêneros. (EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais, considerando o gênero textual e a intenção comunicativa. |
Referências: | GOIÂNIA. Secretaria Municipal de Educação. Aprender Sempre. 6° ao 9º ano – Ensino Fundamental; Língua Portuguesa; 3° Bimestre; Goiânia, 2022. LEIBRUDER,, A. P. O discurso de divulgação científica. In: BRANDÃO, H. N. (Org.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001. p. 229-253. |