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História – A Primeira Guerra Mundial

Olá! Esta aula de História é destinada a educandos da 8ª Série da Eaja.

Temática – História – A Primeira Guerra Mundial. Disponível em: <pixabay.com/pt/photos>. Acesso em 22 de Outubro de 2021.

Esta aula trata da Primeira Guerra Mundial abordando as causas que levaram ao conflito e seus desdobramentos.


Assista a videoaula abaixo, com a temática – História – A Primeira Guerra Mundial

HISTÓRIA| Eaja | 8ª SÉRIE | PROF.: ANÍSIO FILHO

A Primeira Guerra Mundial

O que os historiadores chamam de Primeira Guerra Mundial é o conflito que teve a Europa como palco principal, durou de 1914 a 1918 e colocou frente a frente dois grupos de países, a Tríplice Aliança, formada por Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro e a Tríplice Entente, formada pela Inglaterra, França e Rússia. Ela foi chamada de mundial porque países dos outros continentes acabaram se envolvendo.

Por que a guerra aconteceu?

Em 1871 a Alemanha venceu a França numa guerra pelo controle da Alsácia-Lorena, uma região rica em carvão. A França ficou inconformada com essa perda, mas o chanceler alemão Otto von Bismarck foi bem sucedido em sua política externa de isolar os franceses dos outros países.

A Alemanha estabeleceu um acordo diplomático e militar com o Império Austro-Húngaro em 1879 gerando a insatisfação da Inglaterra, da Rússia e principalmente da França. As desconfianças aumentaram em 1882 quando a Itália aderiu a esse acordo formando a Tríplice Aliança. Entretanto, Bismarck conseguiu acalmar os ânimos de franceses e ingleses em 1885 durante a Conferência de Berlim, quando comprometeu-se a não disputar com eles colônias na África e Ásia.

Além dessas tensões políticas, o sentimento nacionalista gerava ódio entre os povos. A Rússia defendia a união entre todos os eslavos, a sua etnia predominante – o chamado pan-eslavismo. Ocorre que muitos eslavos viviam em territórios dominados pelo Império Austro-Húngaro. Também havia o pan-germanismo cujo ideal era a unificação de todos os povos germânicos para formar a Grande Alemanha. Por outro lado, havia o Império Otomano que abrangia a área da Turquia e países do Oriente Médio. Este império era rival da Rússia.

Em síntese, a França queria revanche contra a Alemanha. A Inglaterra estava contrariada com o crescimento da indústria alemã. A Rússia tinha rivalidades com o Império Otomano e queria se apropriar de territórios sob o controle do Império Austo-Húngaro; além disso, passou a desconfiar da Alemanha a partir de sua aliança com a Áustria-Hungria.

Em 1889, Guilherme II assumiu o trono da Alemanha e Bismarck deixou o cargo de chanceler. Guilherme adotou uma política externa agressiva e começou a criar problemas com a Inglaterra no Oriente Médio e com a França no Marrocos. Em resposta, a Inglaterra, a França e a Rússia criaram o seu bloco político e militar, a Tríplice Entente, em 1907.

Tanto a Tríplice Entente quanto a Tríplice Aliança previam que em caso de um de seus membros ser atacado os demais deveriam sair em sua defesa. Depois da criação da Tríplice Entente iniciou-se um período chamado de Paz Armada, quando os países começaram a se armar, apesar de não estarem em guerra.

A guerra

A guerra era questão de tempo. Ela eclodiu quando o herdeiro do trono do do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, foi assassinado por um nacionalista sérvio. O Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia em 28 de julho de 1914. A Rússia saiu em defesa da Sérvia pois se tratava de um povo eslavo. A Alemanha declarou guerra à Rússia e à França, cumprindo o acordo que tinha com o Império Austro-Húngaro. A Inglaterra declarou guerra à Alemanha em apoio à França. O Império Otomano declarou guerra à Rússia. A Itália descumpriu o acordo da Tríplice Aliança e se declarou neutra e, em 1915, aderiu à Tríplice Entente em troca da promessa de ganhar colônias na África.

Costuma-se dividir a guerra em três períodos. O primeiro, vai de 1914 a 1915, é conhecido como guerra de movimentos. A Alemanha lutou em duas frentes: na ocidental contra a França e na oriental contra a Rússia. Na frente ocidental, o plano alemão foi inicialmente bem sucedido. Eles atravessaram a Bélgica e invadiram a França pelo norte pegando os franceses de surpresa. Estes só conseguiram parar os alemães com a ajuda do exército inglês já bem próximo de Paris.

Tem início, então, o segundo período conhecido como guerra de trincheiras. Ele durou até o início de 1918. Os dois exércitos cavaram centenas de quilômetros de trincheiras se postando frente a frente e sem que nenhum dos dois conseguisse arrancar o adversário de suas posições. A experiência da trincheira foi descrita pelos soldados e registros da época como um dos capítulos mais horrorosos da guerra. Eles eram obrigados a ficar dias e dias sob fogo inimigo, convivendo lado a lado com cadáveres, insetos, frio, falta de alimento e água.

O ano de 1917 marcou o início do terceiro período com a entrada dos Estados Unidos na guerra e a saída da Rússia. Com a vitória da revolução bolchevique, o governo revolucionário russo retirou o país da guerra. Já os Estados Unidos ficaram neutros durante os três primeiros anos da guerra. Mas, eles lucraram muito vendendo armas, navios, aviões, remédios, uniformes, alimentos para a Inglaterra e a França. Com a possibilidade da vitória alemã, o que poderia trazer prejuízos para o país, decidiram entrar na guerra reforçando o front inglês e francês com tropas, armamentos, medicamentos, etc.

Em 1917, surgiram grandes protestos em cidades europeias pedindo o fim da guerra. A população enfrentava fome, racionamento, altas dos preços de mercadorias. Depois de uma última grande ofensiva tentada sem sucesso pelo exército alemão em julho de 1918 a Alemanha teve sucessivas derrotas. No segundo semestre deste ano, o imperador Guilherme II foi obrigado a abdicar em função da pressão dos protestos populares. Em 11 de novembro de 1918 o governo alemão assinou o armistício.

O pós-guerra

Terminada a guerra, o presidente dos Estados Unidos apresentou uma proposta para os acordos de paz que tinha por objetivos uma paz sem vencedores e vencidos – essa proposta ficou conhecida como os 14 pontos de Wilson. Previa a autodeterminação dos povos, inclusive das colônias, a liberdade do comércio, a redução da capacidade armamentista, acordos sem indenizações exageradas e a formação de um órgão mundial que evitasse futuros conflitos.

França e Inglaterra rejeitaram a proposta de Wilson. Em janeiro de 1919 aconteceu em Paris uma reunião com os representantes dos países que participaram dos conflitos de onde saiu o Tratado de Versalhes. Impuseram à Alemanha punições severas e indenizações altíssimas. A Alemanha perdeu para os vencedores da guerra as suas colônias na África, dois terços de suas minas de ferro e um sexto de suas terras. Foi obrigada a devolver a região da Alsácia-Lorena para a França e ceder parte de seu território para a Polônia. Além de ter que pagar grandes indenizações em dinheiro, a Alemanha não poderia ter armas, navios e aviões de guerra.

Outros tratados trouxeram mudanças no mapa da Europa. O Império Austro-Húngaro deixou de existir, surgindo em seu lugar Áustria, Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia e Polônia. O império Otomano foi reduzido à atual Turquia surgindo Iraque, Síria, Líbano, Palestina e Transjordânia.

Fonte: VAINFAS, Ronaldo. et al. História.doc, 9º ano: ensino fundamental, anos finais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. p. 21.

Os países saíram destruídos da guerra. Calcula-se em torno de 30 milhões o número de mortos entre militares e civis. Muitos soldados que sobreviveram voltaram traumatizados, cidades foram destruídas e fábricas foram fechadas. A Europa viveu o declínio econômico depois da guerra. Os Estados Unidos, ao contrário, lucraram bastante com a Primeira Guerra Mundial, tornando-se a maior potência industrial e financeira do mundo.

Atividades

Questão 1 – Quais os fatores que levaram à guerra?

Questão 2 – Escreva um parágrafo avaliando todo esse acontecimento, as causas, o desenrolar dos conflitos e os desdobramentos.


Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento:(EAJAHI0829) Compreender a Primeira Guerra Mundial, seus desdobramentos políticos, econômicos e sociais.
Referências:VAINFAS, Ronaldo. et al. História.doc, 9º ano: ensino fundamental, anos finais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.