Olá, educando (a)! Esta videoaula de História foi veiculada na TV no dia 03 de Junho de 2021 (Quinta-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.
Esta aula apresenta a crise econômica de 1929 nos Estados Unidos e seus impactos, associando-a às mudanças sociais, políticas e econômicas que fizeram surgir o modo de vida americano.
Assista a videoaula abaixo, com a temática – História – Totalitarismos e conflitos mundiais: A crise de 1929.
A crise de 1929
Em 1929, os Estados Unidos viveram a maior crise econômica de sua história. Ela é um fato que nos permite entender desdobramentos de acontecimentos do passado – como a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Revolução Industrial e o desenvolvimento do capitalismo – e perceber a formação de elementos que levaram a fatos de grande relevância no futuro – a Segunda Guerra Mundial, por exemplo.
A euforia dos anos 1920
Os Estados Unidos terminaram a Primeira Guerra Mundial como o país mais rico do mundo. Era o principal credor dos países europeus arrasados pela guerra e o principal exportador de mercadorias. As inovações tecnológicas da Segunda Revolução Industrial impulsionaram a produção da indústria que cresceu 60% no início dos anos 1920.
A economia do país abriu-se para novos investimentos. Houve a expansão da publicidade e das lojas de departamento, a compra a crédito surgiu como uma novidade. O setor do cinema cresceu enormemente. O rádio e o telefone se popularizaram. A energia elétrica possibilitou a disseminação do uso de geladeira, máquina de lavar e outros eletrodomésticos. Tudo isso fez surgir um modo de vida característico dos americanos, recheado de produtos industrializados, fundado no consumo intensivo desses produtos e cercado por uma euforia em torno das novidades.
O engenheiro Frederick Taylor desenvolveu uma forma de organizar a produção na indústria em que a fabricação de um produto era fragmentada, cada operário fazia somente uma parte do processo. Esse sistema ficou conhecido como taylorismo e representou um aumento da produtividade industrial apesar da revolta dos operários. Baseado nas ideias de Taylor, Henry Ford criou a linha de montagem, uma longa esteira através da qual o automóvel ia sendo montado pelos operários, chegando pronto ao seu final. Isso tornou o automóvel um bem acessível. Em 1929, um a cada cinco estadunidenses tinha automóvel.
Problemas
Havia uma grande euforia na década de 1920, mas também problemas. O principal era a distribuição de renda. Os ricos concentravam a riqueza, a classe média melhorava de vida, mas os trabalhadores ganhavam cada vez menos. A produtividade e o lucro das empresas aumentaram enquanto os salários dos operários continuaram baixos, entre 1919 e 1929 os lucros cresceram 62% já os salários cresceram 17%. Outro problema era a formação de cartel. O cartel é um acordo secreto, geralmente ilegal, entre as empresas para manter o controle sobre um determinado setor e impor preços. O resultado foi preços muito altos e enfraquecimento dos sindicatos. No campo, o uso de máquinas aumentou a produção, mas os pequenos e médios proprietários sofreram com a queda nos preços.
A crise
As fábricas produziam cada vez mais, mas a capacidade de consumo da sociedade não seguia o mesmo ritmo. A euforia em torno da economia tornou a bolsa de valores de Nova York o centro das atenções, pois as ações não paravam de subir. Quem tinha dinheiro investia em ações. Em 1926, a especulação se tornou uma febre, investir na bolsa era um jeito rápido de enriquecer. O presidente Herbert Hoover, seguindo religiosamente as ideias do liberalismo, acreditava que o governo não deveria intervir na economia e, de fato, não interveio no mercado de ações.
Em setembro de 1929, a falência de uma grande empresa gerou desconfiança crescente. Essa desconfiança fez os preços das ações iniciarem um movimento de baixa, pois quem tinha ações na bolsa de valores começou a querer vender. Esse movimento atingiu o auge em 24 de outubro de 1929 quando a bolsa de valores de Nova York quebrou. De uma hora para outra os papeis não valiam mais nada, a classe média e alguns ricos ficaram pobres.
Nos Estados Unidos, milhares de empresas faliram, houve desemprego em massa e queda dos preços das mercadorias, a população retirou seu dinheiro dos bancos provocando a falência de vários deles. Os preços dos produtos agrícolas caíram ainda mais, cerca de um terço dos proprietários rurais perderam suas terras para os bancos. O presidente negou-se a intervir e o país mergulhou na depressão. A produção industrial recuou 46%, os preços caíram pela metade, 15 milhões de pessoas perderam o emprego. Os desempregados não podiam comprar e os empregados guardavam seu dinheiro. Sem consumo as empresas não vendiam. A crise se espalhou pela Europa e América Latina.
New Deal
A saída para essa crise econômica só veio com a intervenção do governo na economia. Ela se iniciou após a mudança na presidência, com a vitória de Franklin Delano Roosevelt nas eleições de 1932. O plano proposto ficou conhecido como New Deal. A ação do governo foi principalmente no sentido de criar empregos, acreditando que assim os trabalhadores voltariam a consumir e as empresas voltariam a vender.
A primeira medida foi garantir o funcionamento dos bancos. O governo Roosevelt criou regras rígidas para os setores bancário, financeiro e da bolsa de valores que evitassem especulação. Pelo rádio, incentivou a população a depositar seu dinheiro nos bancos.
Para criar empregos, convocou jovens para trabalhos de reflorestamento, depois contratou empresas para construção e conservação de obras públicas. Com salário, os trabalhadores poderiam comprar produtos e reativar a economia. O governo criou, ainda, um órgão público para viabilizar acordos entre empresários, trabalhadores e governo, estabelecendo limites para os preços das mercadorias, regulamentando a competição entre as empresas, estabelecendo um salário mínimo e uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Na área rural, o agricultor receberia um subsídio para produzir menos. É isso mesmo! A ideia era que diminuindo a produção os preços subiriam, garantindo os ganhos do produtor. Criou também uma estatal, a Autarquia do Vale do Tenessee, que construiu várias represas nesse rio.
Nos dois primeiros anos, 1933 a 1935, o New Deal apenas amenizou os efeitos da depressão. O governo gastava mais do que arrecadava. Roosevelt acreditava que este desequilíbrio seria provisório. Foi muito criticado pelos economistas liberais que diziam que o governo deveria equilibrar as contas. Em 1935, na segunda fase do New Deal, foram contratados músicos, escritores, pintores, fotógrafos, coreógrafos, atores e artistas. Orquestras sinfônicas foram patrocinadas e museus construídos. Outra medida importante foi a lei de previdência social, por ela os trabalhadores estadunidenses passaram a ter direitos trabalhistas.
Os investimentos em obras públicas e a criação de empregos estavam recuperando a economia. Mesmo assim, em 1938, havia 10 milhões de desempregados. Os EUA só superaram a grande depressão com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939. Os investimentos do governo na indústria de guerra trouxe novo fôlego para a economia. O país exportava principalmente tanques, aviões, armamentos e munições para o Reino Unido e a França.
Atividade
Questão 1 – O governo deve intervir na economia ou deve ausentar-se dela deixando que o mercado resolva seus problemas? Temos aí o debate sobre dois modelos de economia que atravessou o mundo capitalista no século XX e continua muito importante no século XXI. Hoje, ele está presente, por exemplo, na discussão sobre a privatização de empresas públicas. A crise de 1929 é um momento de crise do modelo de não intervenção do governo. Então eu te pergunto: Você acha que o governo deve intervir ou não na economia? Faça uma pesquisa na internet para conhecer esse debate atualmente.
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento: | (EAJAHI0835) Analisar as transformações políticas, econômicas e sociais que impulsionaram a euforia dos anos de 1920. (EAJAHI0836) Relacionar o “american way of life” e a grande produção industrial com a crise de 1929. (EAJAHI0837) Entender o impacto sociopolítico da crise econômica do Entre Guerras. |
Referências: | VAINFAS, Ronaldo. et al. História.doc, 9º ano: ensino fundamental, anos finais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. |