Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base o DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental.
Você prefere qual tipo de história? História de terror, de suspense, romance ou magia e encantamento? Há, ainda, aquelas histórias só com animais, outras só com seres humanos e há até aquelas em que seres sobrenaturais aparecem. Enfim, há histórias para todos os gostos, não é verdade? Independente de qual seja a história, ela sempre terá algo em comum com outra, por mais que contem sobre coisas muito diferentes. Isso acontece porque as histórias são textos narrativos e todo texto narrativo apresenta certos elementos em comum. São eles que formam a tipologia textual narração.
Veja, a seguir, a estrutura básica de qualquer texto narrativo.
Narrador
O narrador é a voz que conta os fatos que acontecem na história. Ele tem a responsabilidade de relatar ao leitor tudo que lhe interessa a respeito do que está sendo contado. Dessa forma, o narrador pode contar uma história em que ele participa. Nesse caso, dizemos que é o narrador personagem. Uma pista da presença desse narrador no texto é a presença dos verbos em primeira pessoa (eu), por exemplo. Há, também, aquele ser que conta uma história em que não participa, ele relata apenas o que vê. Esse é o narrador observador. Como o nome já diz, ele observa, de longe, e conta ao leitor o que vê. Quando esse narrador, além de contar fatos externos, sabe o que as personagens da história sentem e pensam, dizemos que é um narrador onisciente – aquele que sabe de tudo. Para identificarmos o narrador observador e o onisciente nos textos, podemos observar o emprego dos verbos na terceira pessoa (ele, ela), por exemplo.
Personagens
Para contar alguma história, é preciso que alguém esteja envolvido nela, certo? As pessoas que participam ou vivenciam algum relato são as personagens. Todo texto narrativo tem personagem, o que pode mudar é sua natureza. Um ser humano pode ser personagem, assim como um animal ou um ser inanimado (que não tem vida própria, como uma caneta, uma bola ou boneca).
Espaço
Se alguém conta a história de outro alguém, essa história deve acontecer em determinado lugar, espaço. Ao construir uma história, seu escritor deve ter em mente onde ela se passa e o leitor, dessa forma, consegue situar bem onde os fatos estão acontecendo.
Tempo
Uma história pode acontecer em vários tempos. Pode ser um passado recente ou remoto, pode ser no agora e até mesmo no tempo futuro. Para isso acontecer, basta haver criatividade em quem escreve. Há narrações em que o tempo é bem delimitado, ou seja, o leitor consegue identificar muito bem quando se passam os acontecimentos, por exemplo: no aniversário de 15 anos da personagem, no dia da independência do Brasil, na primavera de 2002. A esse tipo de tempo narrativo, damos o nome de tempo cronológico. Diferente dele, temos o tempo psicológico, em que não sabemos bem quando os fatos estão sendo narrados. Isso costuma acontecer quando o narrador começa a refletir enquanto conta a história e começa a falar de outras coisas, sem manter uma ordem exata das coisas e do tempo. Esse recurso é bem interessante e complexo.
Enredo | conflito
O enredo é a trama que está sendo contada por um narrador, a respeito de uma personagem, que está em espaço e tempo delimitados. O enredo é a sequência de acontecimentos da história, a rede de situações que as personagens estão vivendo. Quanto mais conflitos, situações problemáticas para resolver houver em uma história, mais interessante ela se tornará. Você já leu alguma história que achou sem graça? Talvez havia poucos conflitos a serem resolvidos e isso pode não prender quem lê a história.
Veja só! Independente da história que você leia, se ela é uma fábula ou um conto de fadas, por exemplo, você poderá identificar todos esses elementos.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos sobre essa temática.
Leia o reconto de uma fábula para responder às duas próximas questões.
A Raposa e o Corvo
Em uma floresta tranquila, vivia uma raposa astuta e um corvo orgulhoso. Certa manhã, o corvo encontrou um pedaço de queijo delicioso e, com muito esforço, conseguiu empoleirar-se em um galho alto para desfrutá-lo.
Ao ver o queijo, a raposa ficou com água na boca e logo percebeu uma oportunidade. Aproximou-se do corvo e começou a elogiá-lo, dizendo:
— Que corvo magnífico você é! Nunca vi um corvo tão bonito e elegante. E que voz maravilhosa você deve ter!
O corvo, vaidoso com os elogios, sentiu-se lisonjeado e pensou em mostrar sua voz. Como desejava impressionar ainda mais a raposa, decidiu cantar. Abriu o bico e começou a cantar, mas, ao mesmo tempo, deixou o queijo escorregar de seu bico e cair no chão.
A raposa, que estava esperando por isso, apanhou o queijo e o comeu. Com um sorriso satisfeito, ela disse:
— Ah, meu caro corvo, eu sabia que sua beleza era grande, mas não imaginava que sua inteligência fosse tão pequena!
E assim, a raposa foi embora, satisfeita com sua esperteza, enquanto o corvo, envergonhado, aprendeu uma lição valiosa.
Lição de Moral: “A vaidade pode nos fazer perder o que já temos.”
Elaborado pela Equipe do NEC/SME – Goiânia para fins didáticos.
QUESTÃO 1
O elemento principal que desencadeia o conflito na fábula “A Raposa e o Corvo” é
(A) o desejo do corvo de se mostrar bonito.
(B) o queijo que o corvo encontrou.
(C) a beleza do corvo.
(C) a fome da raposa.
QUESTÃO 2
A estratégia utilizada pela raposa para conseguir o queijo do corvo foi
(A) roubar o queijo enquanto o corvo dormia.
(B) falar sobre a sua própria fome.
(C) elogiar o corvo para fazê-lo cantar.
(D) ameaçar o corvo com um predador maior.
QUESTÃO 3
Sobre os elementos da narrativa de “A raposa e o corvo” é correto afirmar que
(A) apresenta um narrador personagem.
(B) os fatos se passam em uma floresta.
(C) o personagem principal é o queijo.
(D) o enredo não apresenta ações.
QUESTÃO 4
Pesquise na internet ou em livros de Português um texto narrativo. Em seu caderno, anote o título e o autor da história. Depois de lê-la, anote em seu caderno as informações a seguir: tipo de narrador, personagens, espaço, tempo e enredo.
QUESTÃO 5
Depois que finalizar a leitura do texto da questão anterior, procure outro texto narrativo para ler. Após a leitura desse texto, compare-o com o primeiro e reflita: eu consegui identificar todos os elementos narrativa nos dois textos? O que há em comum e o que há de diferente entre eles? O que essas diferenças podem significar?
Autoria: | Marlon Santos |
Formação: | Letras – Português |
Componente curricular: | Língua Portuguesa |
Habilidade estruturante: | (EF69LP47-B) Perceber como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto, indireto e indireto livre), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo. |
Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 01, set. 2023 GOIÂNIA. Secretaria Municipal de Educação. Aprender Sempre. 6° ao 9º ano – Ensino Fundamental; Língua Portuguesa; 3° Bimestre; Goiânia, 2024. |