Professora da Rede Municipal implanta intercâmbio de cartas com alunos de Minas Gerais
Projeto da Escola Rotary Goiânia Oeste partiu da leitura de contos de fadas e permite a troca de conhecimento por meio da escrita
O correio é considerado um dos mais antigos meios de comunicação com registros do envio de cartas ainda no Antigo Oriente Médio. Conhecida como a mãe dos gêneros textuais, a carta perdeu um pouco de seu espaço com o advento da tecnologia. Mas, uma turminha da Escola Rotary Goiânia Oeste, vinculada à Rede Municipal de Ensino, resgatou a emoção da troca de correios e desenvolveu projeto de intercâmbio comunicacional com alunos de Minas Gerais. Ao todo, 44 alunos foram envolvidos na ação, possibilitando o conhecimento sobre os dois estados por meio da escrita.
Tudo começou por intermédio das professoras Jakeline Nunes, de Goiânia, e Renata, de Contagem, quando a docente mineira promovia estudos sobre a região Centro-Oeste. Foi aí que as duas tiveram a ideia de organizar a troca de correspondências entre os estudantes, favorecendo que cada turma conhecesse um pouco dos dois estados. No intuito de tornar a experiência ainda mais significativa, Jakeline iniciou a leitura do livro “O carteiro chegou”, de Janet e Allan Ahlberg. A história é contada em rimas e nela, o carteiro traz cartas para os personagens dos contos de fadas. Por isso, o livro é todo ilustrado com cartinhas, postais, livrinhos e convites de verdade.
A partir daí, foram desenvolvidas várias etapas pedagógicas para que as crianças compreendessem a carta como gênero textual, bem como as próprias características do conto de fadas. “Lemos e assistimos vídeos de várias histórias, elaboramos uma lista com os elementos dos gêneros e realizamos atividades diferenciadas sobre leitura e construção de textos”, explica Jakeline. Depois, a professora orientou quanto aos dados que devem ser inseridos em um envelope para que os alunos preenchessem e, por fim, escrevessem suas cartinhas para os amigos mineiros, descrevendo como é a região onde vivem.
A mesma proposta foi desenvolvida do lado de lá, dando início ao envio das cartas. Imagina como foi a chegada das primeiras correspondências! “Quando as cartinhas dos estudantes de Minas Gerais chegaram, foi uma euforia total”, lembra Jakeline. Segundo ela, a alegria foi contagiante e a docente estimulou que as crianças fizessem a leitura para, posteriormente, socializar com a turma. A primeira experiência ficou na ativa por um mês, período no qual todos os alunos das duas escolas foram contemplados.
O projeto teve resultados tão positivos que a professora goianiense pretende expandi-lo. “Pretendo trocar cartas novamente com outras escolas, motivando as crianças de forma significativa à compreensão do real sentido da escrita”, conta Jakeline.
Texto: Luciana Gomides
Fotos: Jakeline Nunes