Escolas municipais usam práticas inovadoras de comunicação
Podcasts e jornal on-line foram estratégias encontradas para motivar e acolher os alunos
Em tempos de ensino remoto, duas instituições educacionais de Goiânia se destacam na utilização de práticas inovadoras de comunicação com os alunos e suas famílias. Além do Ambiente Virtual de Aprendizagem Híbrida (Avah), as escolas são exemplos de motivação, acolhimento e aproximação com a comunidade.
É o caso da Escola Municipal Professora Silene de Andrade, no Conjunto Habitacional Aruanã I, que tem 204 alunos matriculados, do sexto ao nono ano, que estudam em período integral. A partir de planejamentos semanais com a equipe de professores surgiu a ideia de trabalhar com podcasts, áudios que podem ser ouvidos a qualquer momento, como um programa de rádio, com informações de forma descontraída e com voz dos estudantes.
A iniciativa é coordenada pela professora de artes, Célia Regina de Oliveira, dentro do projeto “Memórias e Afetos”. De acordo com a educadora, “a ideia é escutar esses alunos e fazer com que eles se sintam mais próximos da escola, dos professores e dos próprios colegas, já que não nos encontramos presencialmente”, conta Célia.
“As gravações são feitas de forma bem simples usando poucos recursos, já que o aplicativo Anchor é de fácil utilização e não necessita de ser baixado pela comunidade para ser ouvido. A cada semana, novas entrevistas, contação de histórias e outros temas. Temos também a parceria de duas alunas do curso de licenciatura em Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG)”, completa a professora.
O primeiro episódio é uma entrevista com a diretora da instituição, Renata Lorena Vilela de Aguiar, que fala sobre as ações da escola em tempos de pandemia e de fotografias registradas na escola nesse período. O segundo podcast é a participação efetiva dos estudantes, que narram memórias dos tempos da escola presencial. Para divulgar ainda mais o projeto, a instituição pede sugestões da escolha do nome do podcast no Instagram.
Jornal on-line
A Escola Municipal de Tempo Integral Juscelino Kubitschek, localizada no Setor Coimbra, criou o Jornal JK, informativo mensal e digital das ações realizadas pela escola, que tem em média 20 páginas. “Nesse tempo de pandemia, percebemos que além de informar deveríamos dar passos a mais. Pegamos um meio de comunicação que já existe e o ressignificamos, para fortalecer o vínculo com os educandos e se fazer presente, mesmo distante”, explica a diretora Aparecida Teles de Camargo.
A instituição atende 158 alunos, do primeiro ao quinto ano. O Jornal da Escola já está na terceira edição. A publicação de março deu visibilidade às aulas, projetos da instituição e da Secretaria Municipal de Educação (SME). São fotos das crianças, poemas produzidos por elas, olhares frente à pandemia, desenhos, entregas de kits de alimentos e escovação bucal, entre outras ações. Colorido e com estética chamativa, a comunidade escolar aprovou o projeto.
A segunda edição de abril ampliou e buscou a participação das crianças, como escritoras do jornal. “Ao participar, redigir e contribuir, elas se veem na notícia. É um desafio que vai além de informar e sim despertar o interesse, provocar a participação. Nas próximas edições, queremos colocar as famílias como participantes e ampliar o leque com a comunidade”, comenta a diretora Aparecida Teles.
Maria Vangela Xavier Cordeiro, mãe da aluna do terceiro ano, Sofia Isabelly Xavier de França, fala da alegria da filha com o jornal. "Minha menina ficou muito empolgada, tirou prints, mostrou para a família, caprichou na letrinha e correu atrás para aparecer no jornal. O material é muito proveitoso e mostra claramente quais são os projetos da escola, e nós podemos acompanhar o desenvolvimento das crianças e como elas estão interagindo. Ficamos felizes em ver que a escola representa um papel tão importante na vida dos alunos”, ressalta a mãe.
“Eu gostei muito de participar do jornal. Amei fazer o reconto e minha mãe ficou muito orgulhosa de mim. Agradeço pela oportunidade”, afirma a aluna Elizabeth Valentina Garcia, do quarto ano.
Daniela Rezende, editoria de Educação