Salas de Recursos Multifuncionais realizam atendimento personalizado durante a pandemia
Alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades aprendem no conforto dos seus lares
É com muito amor e compromisso que os professores das 35 Salas de Recursos Multidisciplinar (SRM) espalhadas pelas regiões de Goiânia atendem cerca de 320 alunos da Educação Especial, matriculados na rede municipal. No contraturno escolar e com atividades on-line no período de isolamento social, crianças realizam atividades personalizadas de acordo com suas necessidades.
Com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades ou superdotação, os educandos e suas famílias recebem suporte para o desenvolvimento da aprendizagem no conforto dos seus lares. De acordo com Luciana Machado, gerente de Inclusão da Secretaria Municipal de Educação (SME), a implantação de Salas de Recursos Multidisciplinar foi instituída pelo governo federal.
“As SRM funcionam como apoio às instituições quando se determinou que o público da Educação Especial, deveria migrar para a escola regular. O aluno então deve complementar sua formação pedagógica, para ter mais autonomia na escola e fora dela. Em Goiânia, ele pode ser atendido em alguma das 35 SRM, nos dois centros municipais de Apoio à Inclusão (Cmai) ou nas unidades conveniadas”, explica Machado.
Como critérios para integrar a Educação Especial, a criança precisa de um laudo. Em muitos casos, o laudo existe desde os primeiros dias de vida e ao ser matriculada na escola ou Cmei, já pode ser encaminhada para o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Quando não tem laudo e há a percepção de que o aluno não consegue se apropriar dos conceitos necessários para sua idade, a equipe multidisciplinar da SME avalia onde esse aluno será atendido.
As SRM funcionam nas instituições chamadas polo, que atendem os alunos da própria unidade e instituições circunvizinhas. É necessário ter público e demanda na região para implantação da sala, como é o caso das escolas municipais Tropical Ville e Buena Vista, que receberam recentemente o espaço, saltando de 33 para o número de 35 instituições que ofertam AEE. As salas têm mobiliários, materiais didáticos, equipamentos específicos, recursos pedagógicos e de acessibilidade.
Atendimento na pandemia
Uma das orientações da SME para os alunos do Atendimento Educacional Especializado em 2021, durante o período de distanciamento, é a realização de atividades no meio virtual. Confeccionar um chocalho com garrafa pet ou outro material reciclável foi uma das atividades adaptadas que a professora regente na Escola Municipal Nossa Senhora da Terra, Lianna Gusmão, fez com alguns alunos autistas entre sete e oito anos de idade.
“A construção do chocalho me permitiu trabalhar ainda com os alunos diferentes formas de andar e, com isso desenvolver lateralidade, atenção e concentração. Com crianças maiores que apresentam deficiência intelectual, trabalhei sinais e sintomas da Covid-19, por meio de jogos, via aplicativo Google meet. Virtualmente, é possível ver no momento da aula os resultados. É gratificante!”, relata a professora.
Já a professora Cyntia Staciarini, da Escola Municipal Maria da Terra, atende crianças com diversas especificidades, mas tem em especial, duas alunas com deficiência visual em sua turma. “No caso da Giovana e Ana Clara, que são cegas, trabalho com poemas, músicas e filmes. Elas registram a atividade na máquina Braille. Passo a atividade e orientações na terça-feira e faço contato virtual no dia seguinte”, conta.
“Nesse caso, tenho duas funções na escola. A primeira é realizar o atendimento por meio de atividades acessíveis, com áudios ou vídeos com audiodescrição. E a segunda é colaborar com o professor do ensino regular na elaboração do material. Faço transcrição das atividades em Braille e as famílias pegam na escola. E também pensamos em conjunto, todos os recursos disponíveis para que essas crianças aprendam”, completa Staciarini.
Daniela Rezende, editoria de Educação